Carvão viabiliza térmicas de US$ 485 mi
2006-02-23
O carvão mineral voltou ao cenário energético nacional em dezembro passado. No dia 16, em leilão realizado no Rio de Janeiro, duas usinas térmicas gaúchas movidas a carvão conseguiram vender sua energia. A venda representou a garantia para a obtenção de recursos no Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a conclusão das usinas (Candiota III e Jacuí I) orçadas em US$ 485 milhões para geração de 700 Megawatts (MW) até o ano de 2010.
A atual conjuntura econômica mundial, influenciada pelas altas do petróleo e do gás natural fazem do carvão mineral alternativa viável para geração de energia.
Enquanto os gaúchos arregaçam as mangas, os catarinenses estão em compasso de espera para a viabilização da Usitesc, uma usina térmica a carvão orçada em US$ 600 milhões, com capacidade instalada de 440 MW. O projeto ainda depende de aprovação de licenciamento ambiental pela Fundação do Meio Ambiente (Fatma), na qual a documentação tramita há mais de um ano.
Para o secretário-executivo do Sindicato das Indústrias de Extração de Carvão Mineral de Santa Catarina, Fernando Zancan, os dois projetos de termoelétricas que foram vencedores no recente leilão, de 16 de dezembro, - Candiota 3 e Jacuí, mostram a importância que o carvão passou a ter diante da conjuntura atual.
Na sexta-feira, o executivo participa de reunião no Ministério das Minas e Energia sobre carvão. "Estão sendo retomadas pesquisas nessa área. Estamos tentando tirar um atraso de 20 anos", diz, referindo-se ao abandono do setor via políticas de incentivo pelo governo federal.
Aliado a esse movimento na área de geração, há uma demanda que começa a se formar por parte do setor cerâmico, mas ainda não foi efetivada pela demora que as indústrias enfrentam em readequar os equipamentos. "A situação do gás natural reforçou a necessidade de se usar outras fontes como carvão. Há conversações com empresas que querem retornar em algumas áreas", diz Zancan.
(Valor Online, 22/02/06)