O presidente uruguaio Tabaré Vázquez pedirá ainda nesta semana que a Organização dos Estados Americanos (OEA) intervenha no conflito de seu país com a Argentina por causa da construção de duas fábricas de celulose no município de Fray Bentos, sobre o Rio Uruguai. O governo argentino se opõe à construção das fábricas, alegando que são altamente poluentes. O governo uruguaio afirmam que as empresas, com tecnologia de ponta, seguem rigorosos padrões ambientais.

O presidente argentino, Néstor Kirchner, iniciou, nos últimos meses, dura campanha contra a construção das fábricas e até solicitou ao Banco Mundial que negasse empréstimos para estas empresas. Além disso, apoiou piquetes argentinos realizados regularmente na área da fronteira, nos acessos das pontes que ligam os dois países.

Os empresários uruguaios alegam que são vítimas de um "verdadeiro bloqueio econômico", já que os piqueteiros não deixam passar caminhões nem turistas. "Esses piquetes estão se transformando num prejuízo econômico enorme para o Uruguai", afirma o ministro do Transporte, Victor Rossi. O presidente Vázquez ordenou a seu chanceler, Reynaldo Gargano, que entregue ao secretário-geral da OEA, Miguel Ángel Insulza, o pedido para que o organismo intervenha no conflito.
(Agência Estado, 22/02/06)
http://ultimosegundo.ig.com.br/materias/mundo/2283001-2283500/2283187/2283187_1.xml