China estuda desenvolver reservas estrangeiras de urânio
2006-02-22
A China estuda a possibilidade de desenvolver em conjunto reservas estrangeiras de urânio em países onde estes recursos tenham sido totalmente explorados, informou um alto funcionário da Corporação Nuclear Nacional da China (CNNC, na sigla em inglês). "É destes países que devemos comprar urânio", afirmou Shen Wenquan, vice-presidente do comitê da CNNC, que é responsável pelos programas nucleares civil e militar da China. "Se há a possibilidade de desenvolver estes recursos de forma conjunta, também podemos discutir essa possibilidade", disse Wenquan, durante um conferência de cooperação energética entre a China e a Europa. Ele não especificou quais países poderiam ser beneficiados.
Expansão
A China pretende aumentar suas reservas de urânio para alimentar uma extensa expansão nuclear nos próximos 15 anos. O governo chinês começou a negociar com a Austrália sobre importação de urânio, mas o país exige que a China se comprometa a não usar as reservas para fins militares. A CNNC é proprietária de 30% da unidade nuclear de KazAtomprom, a usina nuclear estatal do Cazaquistão, que, ao lado da Austrália e do Canadá, forma o grupo dos maiores produtores de urânio do mundo.
Os três países são seguidos pela África do Sul, Brasil, Namíbia, Uzbequistão, Estados Unidos, Niger e Rússia, segundo a Sociedade Nuclear Européia, grupo que promove o uso pacífico de energia nuclear. Estes países possuem cerca de 96% das reservas mundiais de urânio, estimadas entre 15 e 20 milhões de toneladas.
(Folha Online, 21/02/06)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u92831.shtml