Pequim quer reduzir consumo de energia em 20% até 2010
2006-02-21
As autoridades chinesas querem reduzir em 20% até 2010 o consumo de energia por cada unidade de Produto Interno Bruto (PIB), noticiou na terça-feira a rádio oficial chinesa CRI-Radio. Segundo a emissora, o governo central vai, a partir deste ano, passar a divulgar os dados do consumo de energia por unidade de PIB relativos a cada província, num esforço para responsabilizar e incentivar os governos locais e provinciais a pouparem energia.
A Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento (CNRD), o ministério responsável pela planificação económica do país, considera que esta medida vai evitar que os responsáveis políticos dos governos das cidades e das províncias se concentrem no simples crescimento do PIB. Os dados de consumo energético exercem pressão sobre os políticos locais, porque, ao olharem para esses números e ao compará-los com os de outros governos, vão perceber em que áreas é que precisam de melhorar», disse Xu Lin, responsável da CNRD, citado pela CRI-Radio.
As autoridades chinesas anunciaram na segunda-feira legislação que passa a punir legalmente os responsáveis políticos que descurem a protecção ambiental no esforço de crescimento económico, além de condicionar as promoções de carreira dos funcionários públicos e políticos ao cadastro ambiental das decisões que tomarem. Em 2005, o PIB cresceu 9,5%, mas o consumo energético cresceu mais de 15%, o que revela que o consumo de energia da China sofre de ineficiências.
A China representa cerca de 4% do PIB mundial, mas é responsável por 12% do consumo global de recursos energéticos. Segundo estatísticas do governo chinês, para produzir 10 mil dólares de PIB, a China consome 7,1 vezes mais recursos do que o Japão, 5,7 vezes mais do que os Estados Unidos e 2,8 vezes mais do que a Índia. A China é o segundo maior consumidor mundial de petróleo, a seguir aos Estados Unidos, e em 2005 foi responsável por cerca de oito por cento do consumo mundial, tendo importado 130 milhões de toneladas de crude em 2005. A China, que depende do carvão e do petróleo para satisfazer 90% das suas necessidades energéticas, foi também responsável no mesmo ano por 31% do consumo mundial de carvão.
(Lusa, 21/02/06)
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