UE vai reforçar controles de fronteira contra gripe aviária
2006-02-21
A União Européia (UE) determinará o aumento do controle sobre viajantes chegados de outros países, para evitar que introduzam aves ou outros produtos capazes de espalhar gripe aviária, informaram na segunda-feira fontes do bloco. A proposta será discutida no Comitê Permanente da Cadeia Alimentar da UE - formado por analistas dos 25 países-membros.
Os países da UE pretendem implantar controles obrigatórios aos viajantes que entram na Europa, que terão que apresentar uma declaração para informar se transportam aves ou outros produtos que possam implicar em risco de disseminação da doença.
Os ministros da Agricultura da UE defenderam o reforço da vigilância sobre fronteiras e passageiros para impedir importações ilegais de aves, explicou a ministra da Agricultura da Espanha, Elena Espinosa. O Conselho de Agricultura discutiu as medidas de prevenção para frear a gripe aviária depois que foram identificados focos do vírus H5N1 - altamente letal - na França, Alemanha, Áustria, Eslovênia, Itália, Grécia e Hungria. Na Espanha, aves mortas encontradas em La Rioja e em Navarra acenderam o alarme. A ministra disse que as amostras ainda não foram examinadas no laboratório de referência de Algete, em Madri. Mas ressaltou que, desde o início do ano, foram analisadas cerca de 5.700 aves e nenhuma delas tinha o vírus.
A vacinação das aves domésticas, proposta pela França e Holanda, está sendo debatida e o Comitê Permanente da Cadeia Alimentar - encarregado de definir as medidas de segurança sobre a gripe aviária - estudará amanhã a situação da vacinação, informou o comissário europeu de Saúde, Markos Kyprianou. Mas o porta-voz para a Saúde, Philip Tod, afirmou que a UE não deve impor a vacinação no bloco. Bruxelas considera que a vacinação generalizada traz riscos e vantagens.
Já o conselheiro de Agricultura da Andaluzia, Isaias Pérez Saldaña - que representa as áreas autônomas espanholas na reunião da UE - defendeu o confinamento das aves em todo o território do país e a proteção dos alimentos, para que não fiquem ao ar livre, nem em contato com aves migratórias. Outra questão analisada pelos 25 é a necessidade de oferecer assistência aos países afetados na Ásia central e à Nigéria, onde o frango é uma das poucas fontes de proteínas da população.
(EFE, 20/02/06)
http://www.estadao.com.br/ciencia/noticias/2006/fev/20/118.htm