Comunistas filipinos culpam madeireiras e mineradoras de tragédia
2006-02-20
O Partido Comunista das Filipinas (PCF) culpou na segunda-feira as companhias madeireiras e mineradoras que operam no país de destruir o meio ambiente e provocar tragédias como a da aldeia de São Bernardo, onde na sexta-feira um desmoronamento sepultou um bairro de quase 2.000 habitantes. "A magnitude da tragédia de São Bernardo mostra a cruel destruição do meio ambiente causada pelas desenfreadas operações madeireiras e mineradoras dos capitalistas estrangeiros e seus sócios locais desde o período colonial dos EUA até o presente", diz um comunicado do PCF.
O texto assinala também que a área do sul da ilha de Leyte, sudeste do país, onde ocorreu o desmoronamento foi explorada de forma selvagem desde 1970, o que deixou a área exposta às inundações e desabamentos de terras. O partido lembrou que esses fatores já causaram o desastre de Ormoc, em 1991, quando as fortes chuvas provocaram uma série de deslizamentos e inundações nos quais morreram mais de 5.000 pessoas. Segundo o PCF, o atual Governo da presidente Gloria Macapagal Arroyo também não prestou atenção na desgraça ocorrida há dois anos nas províncias de Quezón e Aurora, ao norte da ilha de Luzon, onde cerca de quinhentas pessoas morreram por causa das inundações e desabamentos de pedras e barro.
"Desde 2004, o regime atuou descaradamente como representante dos maiores saqueadores e destruidores dos recursos naturais do país", afirma a nota do PCF, o braço político da guerrilha do Novo Exército do Povo. O PCF anunciou, além disso, que suas unidades guerrilheiras no sul de Leyte ajudam nos trabalhos de resgate e ajuda aos afetados pelo desmoronamento que arrasou o bairro de Guinsaugon, em São Bernardo, 670 quilômetros ao sudeste de Manila.
(EFE,20/02/06)
http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2006/02/20/ult1807u26228.jhtm