Quem passa pela Rua Araújo Viana, quase na esquina com a Rua Serafim Valandro, em Santa Maria, pode até pensar que estamos no começo do outono. Na rua, as folhas que caem de algumas árvores formam um tapete amarelo. Mas elas estão no chão não por causa da estação do ano. O motivo pode ser envenenamento.

Na quarta-feira, a Secretaria de Desenvolvimento Rural recebeu uma denúncia de que as tipuanas, plantadas há mais de 40 anos, estavam morrendo. O engenheiro agrônomo José Garibaldi Colvero esteve no local e constatou o problema.

Pelo menos duas árvores tiveram o tronco perfurado com uma espécie de broca. Segundo Colvero, está sendo injetado herbicida ou algum tipo de óleo queimado para matar as árvores. Uma delas não tem mais como ser recuperada. Todas as folhas já caíram, e a árvore está completamente seca.

- Essas pessoas estão enfiando veneno por esses furos. Ele entra na circulação da planta e vai matando aos poucos. Isso é crime ambiental - diz Colvero.

Para quem acompanhou o crescimento das árvores, como o aposentado Victor Rocha, 70 anos, a morte das tipuanas é uma questão de tempo. Já as árvores plantadas na frente da casa do aposentado seguem verdes e fortes.

- Fui um dos que inventei essa história de plantar as árvores. Não quero que elas morram - afirmou Rocha, que vistoriou as perfurações com o engenheiro da prefeitura.

Responsável ainda não foi identificado


Segundo Colvero, a prefeitura já tentou flagrar, mas não conseguiu identificar o responsável pela morte das árvores. A Secretaria de Proteção Ambiental também já está sabendo da denúncia. Ontem à tarde, o Batalhão de Proteção Ambiental da Brigada Militar confirmou que iria verificar o problema.

- Se localizado o infrator, é feito um boletim e encaminhada a denúncia para o Ministério Público - afirma o sargento Cesar Antonello.
(Diário de Santa Maria, 17/02/06)