UE e China vão cooperar no desenvolvimento de "carvão limpo"
2006-02-20
A Comissão Européia informou que vai estabelecer um programa de cooperação com as autoridades da China em matéria energética, especialmente no desenvolvimento de tecnologias para a obtenção de "carvão limpo". O comissário europeu da Energia, Andris Piebalgs, deslocar-se-á à China na próxima semana, onde assinará um "memorandum de entendimento" sobre tecnologias para a produção de energia com o mínimo de emissões poluentes.
Durante a sexta conferência UE-China sobre energia, que se realizará em Xangai, as autoridades europeias e chinesas, acompanhadas por representantes da indústria energética, debaterão temas de interesse comum. Entre estes temas estarão a segurança no abastecimento, as energias renováveis, as garantias requeridas pela indústria nuclear e a ligação entre energia, investigação e meio ambiente. O "memorandum" pretende incentivar o desenvolvimento de tecnologias que permitam a captura e armazenagem subterrânea do dióxido de carbono emitida pelas unidades de produção de energia onde se queima carvão, uma questão chave na batalha contra as alterações climáticas.
Através de uma nota de imprensa, o comissário Piebalgs sublinhou que a importância desta tecnologia, uma vez que viabiliza a continuação da utilização do carvão como fonte energética, ao reduzir o seu efeito negativo no meio ambiente. Por sua vez, o responsável europeu pela Ciência e Investigação, Janez Potoznik, considerou que este acordo é um novo exemplo da cooperação em matéria científica com a China.
Informação divulgada pela Comissão Europeia indica que as emissões de dióxido de carbono não param de crescer e constituem um desafio sério para a estabilidade ambiental no longo prazo. Bruxelas recorda ainda que a China é o segundo maior consumidor de energia, após os EUA. O consumo chinês assenta no carvão, o qual fornece 70 por cento do total da energia consumida na China. O consumo chinês de carvão equivale ainda a 34 por cento do total mundial.
(Lusa, 19/02/06)
http://noticias.uol.com.br/ultnot/lusa/2006/02/19/ult611u70595.jhtm