Vale registrar em ata: nesta data, 16 de fevereiro de 2006, sob mormaço e chuva, a Ventos do Sul Energia S.A. dava os retoques finais na montagem do primeiro dos 75 cata-ventos que compõem o parque eólico de Osório, no litoral norte gaúcho. Cerca de quatro meses após o início do estaqueamento da base da primeira torre, foi superado um gargalo simbólico na maior obra de engenharia em andamento no Rio Grande do Sul.

Com dois meses de atraso em relação à previsão inicial, o pioneiro aerogerador de 2 MW está no topo da primeira torre com suas três megahélices inspiradas no formato aerodinâmico das barbatanas dos tubarões. O superguindaste com lança de 112 metros atrapalha um pouco o visual, mas é impossível não reconhecer a extraordinária beleza plástica do aparato desenvolvido pela equipe do engenheiro Aloys Wobben, fundador da Enercon, líder na exploração da energia eólica na Alemanha.

Se o tempo estiver bom, os veranistas que viajarem para o litoral neste final de semana podem conferir o desenvolvimento da obra olhando para o lado direito da rodovia RS-030 (Osório-Tramandaí), entre os quilômetros 87 e 88. Por cima dos capões de eucalipto e das touceiras de bambu que quebram a monotonia da paisagem do pampa, pode-se ver mais duas torres se elevando no horizonte ao lado do primeiro cata-vento montado; a segunda está pronta e a terceira, quase.
Por Geraldo Hasse, de Osório, para O Diário dos Ventos, série exclusiva do Ambiente Já e Jornal Já – www.jornalja.com.br.