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2006-02-17
A industrialização é associada a desenvolvimento econômico, geração de emprego e, não raro, à poluição do meio ambiente pelos seus efluentes. No entanto, o respeito à natureza e a consciência de que é preciso preservá-la para o próprio bem do empreendimento, leva os empresários a respeitarem o meio em que vivem e atenderem às normas previstas na legislação ambiental. Ao mesmo tempo em que preservam, economizam com o reaproveitamento de água e material reciclável.

A água está presente na maior parte do processo de industrialização da Doux Frangosul e o tratamento garante o reaproveitamento de 30% do efluente líquido. O químico da empresa, Ronaldo Roberto Dill, explica que a água usada para fins industriais é retirada do Arroio Alfama, passando por uma estação de tratamento, dando-lhe condições de ser usada. Para consumo humano, esclarece, é consumida a água fornecida pela Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan).

Nas várias etapas pelas quais passam o frango, desde a granja, até a industrialização, a água é utilizada na escalda, retirada de penas e vísceras, limpeza e resfriamento. Os efluentes líquidos passam por quatro lagoas de estabilização para que a água possa ser reaproveitada no processo de resfriamento de frangos.

A água reaproveitada é usada nessa última etapa e o restante é devolvida ao Arroio Alfama, com o menor grau de resíduos possível. O técnico explica que são feitas análises diárias dos efluentes líquidos e enviadas à Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), avaliando a carga poluidora. Reutilizar a água reduz o impacto ambiental, pois a água é um elemento essencial para a vida humana e, ao mesmo tempo, gera economia para a própria empresa.

Resíduos sólidos são transformados

O reaproveitamento na Doux Frangosul não se restringe aos efluentes líquidos. O sangue e as penas dos frangos são transformados em farinha e vendida para empresas que utilizam o material na fabricação de ração animal.

As vísceras também são utilizadas em ração e o óleo tem diversas finalidades. Os resíduos de fezes são utilizados em compostagem pela Ecocitrus. O químico Ronaldo Roberto Dill diz ainda que plástico, sucata de metal e papelão são vendidos para reciclagem.

Cascas são usadas em ração animal

A água utilizada na fabricação de sucos é tratada de acordo com o previsto na legislação ambiental, segundo o gerente industrial da Montesucos, Pedro Stein. O empresário salienta que segue as normas previstas para o tratamento dos efluentes sólidos e líquidos. As cascas das frutas são utilizadas por criadores para ração do gado.

Tanque adequado evita contaminação do solo

Três tanques com parede dupla, uma de aço-carbono e outra de resina de poliéster reforçada com fibra de vidro, impedem que os 90.000 litros de combustíveis do Posto Central 24 horas e do Central Park contaminem o solo. O gerente, Sérgio Oliveira Domingues, explica que, entre as duas paredes, há um espaço monitorado e, desta forma, se houver vazamento na primeira, é acionado o alarme instalado no escritório.

Fora dos tanques, há ainda outros sensores que possibilitam análise da água do subsolo, feita semestralmente. Se estiver contaminada, há vazamento. Cada tanque é dividido em dois compartimentos, cada um com capacidade de 15.000 litros de combustível. Domingues conta que as cinco hastes localizadas na esquina do posto são, às vezes, confundidas com mastros de bandeiras, mas trata-se de válvulas por onde saem gases na hora em que o caminhão de combustível abastece o posto. Ele garante que o sistema não danifica o meio ambiente e que está dentro do permitido pelas normas ambientais. "Não há outra forma", justifica.

Para onde vão os efluentes?

- O óleo queimado gerado pela troca é depositado em um tanque de armazenamento e uma empresa especializada, do Paraná, credenciada pela Agência Nacional de Petróleo, retira e faz o reaproveitamento.

- Resíduos gerados na lavagem de carros e do posto passam por processo de decantação, em locais separados. Desta forma, passam por "caixas" e, em cada uma, deixam parte dos resíduos para que a água chegue à rede de esgoto o mais limpa possível.

Ronaldo mostra a estação de tratamento da água que é retirada do Arroio Alfama para uso industrial Após passar pelas lagoas de estabilização, 30% da água é reaproveitada
( Lília Maris Nascimento/Jornal Ibiá, 17/02/06)

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