A Turquia é o cruzamento de três rotas de aves migratórias
2006-02-16
A Turquia, onde o vírus da gripe aviária causou quatro mortes e contaminou 17 pessoas, das quais dez se curaram, é atravessada por três grandes rotas de migração de pássaros selvagens. Todos os anos, cerca de 500.000 aves migratórias usam essas autopistas para voar do norte às terras quentes da África e do Oriente Médio no outono no hemisfério norte, segundo estatísticas da Universidade do Egeu (oeste). A Agência das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) ressaltou o risco que a Europa corre em virtude do retorno das aves migratórias que levaram o vírus para a Ásia no ano passado. As aves migratórias foram destacadas como sendo os principais vetores da epidemia.
As autoridades sanitárias aconselharam a população a "não tocar, não alimentar e evitar se aproximar" dos pássaros migratórios. Os cientistas aconselharam também os agricultores a protegerem as aves domésticas e de curral das aves selvagens. As aves migratórias podem transmitir o vírus através dos excrementos ou quando derem uma parada em sua rota.
Na Turquia, primeiro país em que o vírus provocou mortes fora do sudeste da Ásia e da China, a doença foi controlada, segundo as autoridades sanitárias, graças, entre outras coisas, ao sacrifício de 1,8 milhão de aves.
A rota mais importante é a que vai da Europa central aos Bálcãs e de lá passa pelo noroeste da Turquia - onde foi registrado o vírus letal -, principalmente pelo estreito de Bósforo, em Istambul, que separa o continente asiático do europeu, em direção ao Mediterrâneo oriental. A rota termina no vale do rio Nilo, no Egito. A segunda rota se encontra entre o Cáucaso, nordeste de Anatólia, e Antakia (sul da Turquia), e de lá para a Península Arábica e, finalmente, África central. A terceira autopista começa na Ucrânia, passa pela Geórgia, por Anatólia e segue em direção ao Egito. Na Turquia, onde já foram registradas cerca de 450 espécies de aves, a ornitologia está em pleno desenvolvimento e é promovida como atração turística.
(AFP, 15/02/06)
Link: http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2006/02/15/ult34u147934.jhtm