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2006-02-16
A Agência Internacional da Energia (AIE) aposta no desenvolvimento das matrizes de caráter renovável, apesar de reconhecer que têm custo econômico elevado, como meio para diversificar a oferta e favorecer a proteção do meio ambiente. O diretor-executivo da AIE, Claude Mandil, apresentou terça-feira (14/02) na sede da entidade em Paris um livro elaborado por 250 analistas internacionais que descreve uma série de ações para promover este tipo de energia.

Entre elas, aparecem as energias produzidas pelo vento, o sol, as fontes geotérmicas, os oceanos e substâncias que podem ser tratadas para gerar combustível, como a celulose e a cana-de-açúcar. Entre os fatores positivos da adoção destas fontes está o fato de que podem favorecer um desenvolvimento econômico sustentável e de não terem uma incidência tão negativa no meio ambiente como as energias baseadas no petróleo.

O principal argumento contrário é que a pesquisa e desenvolvimento requerem muitos recursos e são afetados pela política dos Governos, que tendem a reduzir essa verba em momentos de dificuldades financeiras, reconheceu Mandil.

O livro analisa a evolução das energias renováveis por três décadas. Seu uso começou a ser cogitado a partir da crise do petróleo de 1973. A quantia que os 26 países da AIE destinam ao desenvolvimento de energias renováveis teve seu auge no início dos anos 80, mas depois entrou em declínio. Desde 1990, o investimento está estagnado. Estados Unidos, Japão e Alemanha acumulam 62% da despesa com esse tipo de energia, de acordo com a Agência.

O texto sugere que o orçamento destinado a esse campo precisa ser compatível com as necessidades de cada país em matéria energética. Mandil descartou o aumento do consumo de petróleo e o risco de alcançar, em pouco tempo, uma situação de escassez. "Estamos longe desse cenário", disse ele ao propor que, para ganhar eficácia, as energias renováveis precisarão garantir a estabilidade no abastecimento e a sustentabilidade. O sucesso desses programas desenvolvimento requer uma coordenação entre os programas públicos nacionais e internacionais e as indústrias, que podem colaborar na comercialização e na competitividade.
(EFE, 15/02/06)

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