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2006-02-15
O governador do Paraná Roberto Requião e o Conselho de Administração da Copel autorizaram a diretoria da estatal a negociar oficialmente com as diretorias da El Paso e da Petrobras, suas sócias na Usina Termelétrica de Araucária, um acordo para solucionar as questões comerciais, técnicas e judiciais que envolvem o empreendimento. A autorização concedida no início desta semana pelo Conselho é essencial para o estabelecimento de um possível entendimento entre as partes.

O presidente da Copel, Rubens Ghilardi, afirmou que "os entendimentos entre os sócios agora sobem do nível técnico ao nível das diretorias, o que evidencia a boa vontade e a receptividade mútua em busca de uma solução para os problemas". "Estamos otimistas quanto ao desfecho satisfatório para este caso", disse o governador Roberto Requião. Nos próximos dias os conselhos da Petrobras e da El Paso, multinacional norte-americana, deverão autorizar formalmente suas diretorias a negociar um acordo com a estatal paranaense.

A usina consumiu investimentos superiores a US$ 300 milhões e onerou a Copel em mais US$ 43 milhões por erros de projeto: as turbinas não conseguiriam operar em condição ótima com o gás natural boliviano, que teria de ser depurado previamente numa estação de tratamento paga pela Copel e, mais tarde, atestada como desnecessária por técnicos da fabricante das turbinas. Dada por inaugurada em fins de 2002, a usina com 469 MW de potência teria capacidade para suprir toda demanda de Curitiba, mas jamais produziu eletricidade comercialmente.

Os contratos de compra de energia da UEG Araucária deveriam significar desembolso anual para a Copel da ordem de R$ 450 milhões a partir de 2003. Toda a energia, ainda que pudesse ser produzida, não teria colocação no mercado e não geraria receita para a estatal. Em razão disso, Roberto Requião, quando assumiu o governo, determinou à nova direção da Copel a imediata suspensão dos pagamentos à UEG e renegociação dos contratos, tomando como premissa a preservação do interesse público.

As conversações em busca de um acordo foram interrompidas quando a UEG Araucária ingressou com um pedido na corte de arbitragem da Câmara Internacional do Comércio, em Paris, pleiteando que a Copel fosse condenada a pagar-lhe mais de US$ 800 milhões em indenizações e multas por inadimplência. A Copel ingressou na Justiça brasileira para que fosse decretada a nulidade da cláusula arbitral e considerados sem efeito os procedimentos em Paris. Nenhum dos processos teve sentença definitiva.
(GM, 15/02/06)

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