Rhodia investe em nova unidade no Brasil para reduzir emissões e negociar créditos de carbono
2006-02-15
A Rhodia anunciou ontem (14/02) sua decisão de investir 11 milhões de dólares na implantação de uma unidade para reduzir as emissões de gás de efeito estufa em sua fábrica de ácido adípico (matéria-prima para a produção
do náilon) em Paulínia (SP). Este projeto segue o acordo firmado com as autoridades brasileiras e a aprovação, anunciada em 26 de dezembro de 2005, por parte do Secretariado da Convenção da ONU para Mudanças Climáticas (UNFCC, na sigla em inglês). Essa unidade passará a operar no primeiro semestre de 2007.
Utilizando as melhores tecnologias disponíveis no mundo, o investimento trará uma redução na emissão de N²O de aproximadamente 20 mil toneladas ao ano, equivalentes a 6 milhões de toneladas anuais de gás carbônico – quantidade emitida por uma frota de 1,2 milhão de veículos movidos a gasolina. O N²O, ou óxido de nitrogênio, foi identificado pelo Protocolo de Kyoto como um dos causadores do efeito estufa.
Desenvolvido de acordo com o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), iniciativa estabelecida pelo Protocolo de Kyoto, o projeto é o mais significativo do gênero registrado no Brasil, “e está entre os dois maiores do mundo já aprovados para a redução de gás de efeito estufa", segundo declarou à Gazeta Mercantil (GM) o
CEO da Rhodia, Jean-Pierre Clamadieu. Como parte do MDL, o Grupo receberá créditos de carbono que poderão ser negociados no mercado europeu. Clamadieu estima entre €
10 e € 20 por tonelada o ganho com os créditos de carbono. "Existe
demanda, será uma nova fonte de negócios para a empresa". A multinacional francesa poderá compartilhar essa tecnologia com outras fabricantes de ácido adípico.
Para reafirmar seu compromisso com o Desenvolvimento Sustentável, a Rhodia, em paralelo, anuncia a criação do Fundo Rhodia de Desenvolvimento Sustentável, no valor de 1 milhão de dólares, para apoiar projetos educacionais e de meio ambiente nas comunidades onde tem unidades industriais. O total de recursos será utilizado num período de até 7 anos. A escolha e a realização dessas ações serão feitas em parceria com as comunidades vizinhas às unidades da empresa no Brasil.
De acordo com Jean-Pierre Clamadieu, CEO da Rhodia, esta decisão reforça o compromisso da empresa com os princípios do Desenvolvimento Sustentável. "No período do Protocolo de Kyoto, a Rhodia reduzirá em 80% as suas emissões de N²O de suas plantas no mundo“, afirmou Clamadieu. Segundo ele, “a cultura do Desenvolvimento Sustentável é parte do DNA da Rhodia. Há décadas investimos em projetos ligados à melhoria da segurança industrial, meio ambiente e uso responsável dos recursos naturais”.
No conjunto industrial da empresa em Paulínia, por exemplo, foi implantada uma série de projetos prevendo a redução da emissão de gases e de efluentes, conversão de matriz energética e ações de prevenção industrial. Em Santo André, um grande projeto de reuso e racionalização, iniciado há 10 anos, reduziu drasticamente o consumo de água e eliminou o lançamento de efluentes no rio Tamanduateí (SP).
(Informações da Pexpress/Rhodia/GM)