Técnicos da Construtora Selt, responsável pela construção da linha que transmitirá para a subestação da CEEE a energia produzida no parque eólico de Osório, estão prometendo a amigos e fornecedores que em meados de março estará pronta sua parte na obra encomendada pela Ventos do Sul, proprietária da usina.

Se confirmar-se a promessa, será uma antecipação de seis meses no prazo de entrega da linha de transmissão de oito quilômetros. O adiantado da obra é visível: as torres metálicas estão montadas e só falta terminar de estender os cabos. Resta saber quando a linha poderá ser testada para valer, pois ainda não foi montado o primeiro dos 75 cata-ventos que compõem o maior parque eólico da América Latina.

Quanto a essa parte, que constitui o coração da usina, permanece o desafio: a primeira torre está pronta há mais de 15 dias, sem que lhe tenha sido acoplado o gerador de 2 MW, com as respectivas hélices. A demora na montagem do primeiro cata-vento –- segundo a primeira previsão da Ventos do Sul, ele devia estar girando experimentalmente desde o final de dezembro passado -- contrasta com o ritmo geral da obra, adiantado em alguns aspectos.

Enquanto a segunda torre também vai chegando ao topo e se acumulam em outras bases os materiais para a montagem de novas torres, a operação experimental do primeiro cata-vento foi transferida para março, quando o canteiro de obras deverá ser visitado pela ministra Dilma Roussef, a engenheira tida como a maior incentivadora da energia eólica no Brasil.

Segundo Telmo Magadan, presidente da empresa, a Ventos do Sul decidiu ajustar seu cronograma aos interesses do cliente – a Eletrobrás. Em ano eleitoral, é uma estratégia que tem tudo a ver.
Por Geraldo Hasse, de Osório, para O Diário dos Ventos, série exclusiva do Ambiente Já e Jornal Já – www.jornalja.com.br.