Monocultura da soja provoca esgotamento das nascentes de rios
2006-02-15
É o caso da região do Baixo Parnaíba, no Maranhão, onde centenas de comunidades tradicionais sobrevivem do extrativismo. A pouca fiscalização dos órgãos competentes deixa exposta aos latifundiários uma área de grande extensão de terras utilizadas por trabalhadores rurais para a criação de animais e pesca.
Na tentativa de coibir a ação dos sojeiros, a Plataforma DESCH Brasil (rede nacional de articulação de organizações da sociedade civil) fez uma investigação no local e elaborou um documento sobre o caso. O relatório denuncia violação dos direitos humanos das comunidades atingidas pela expansão da monocultura da soja e pelo desmatamento. As lagoas de onde os trabalhadores rurais tiravam peixes para alimentar suas famílias, foram privatizadas. As nascentes dos rios estão se esgotando, ou por causa do desmatamento ou devido aos agrotóxicos dos grãos de soja transgênica.
O Relatório feito pela DESCH foi entregue em setembro de 2005 à Casa Civil, que recebeu no mês seguinte, os relatores. Desde então, nenhuma providência foi tomada. A Justiça do Maranhão ainda contribuiu com a impunidade, afastando o juiz da Comarca de Santa Quitéria, município do Baixo Parnaíba, que questionou as irregularidades cometidas pelos plantadores de soja.
No Rio Grande do Sul, estado que serviu como porta de entrada para o cultivo da soja no país há 40 anos, já se percebe áreas devastadas e desgaste do solo.
(Rios Vivos, 14/02/06)