Desertificação ameaça 2 bilhões de pessoas
2006-02-14
De toda a superfície do planeta, 41% é formada por áreas secas, como o semi-árido do Nordeste brasileiro. Ano a ano, a ação do homem sobre o meio ambiente tem causado grandes perdas não só para a biodiversidade, mas para as 2 bilhões de pessoas que vivem nessas regiões. Para tentar reverter esse processo e debater mais amplamente o problema, a ONU designou 2006 como Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação.
A desertificação, alerta a ONU, ameaça extinguir algumas culturas milenares, pois força as comunidades a deixarem seu local de origem. O planeta como um todo também é ameaçado, pois o processo prejudica áreas cultiváveis, derruba ou até elimina a produtividade do solo e dificulta o combate à pobreza e à fome. Segundo a ONU, se o combate à desertificação não for intensificado, o mundo corre grande risco de não conseguir cumprir até 2015 os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.
Para atrair atenção para o problema, serão realizadas várias atividades ao longo do ano. Neste mês, será lançado um livro com 365 imagens de deserficação. Em junho, entre os dias 12 e 17 (o Dia Internacional de Combate à Desertificação), um
festival de cinema sobre o assunto ocorrerá em Roma. Nos próximos meses, diversas conferências e cursos já estão programados para discutir o assunto.
A primeira vez que a ONU alertou para a aceleração da formação de desertos foi em 1994, quando criou a UNCCD (Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação). Foi nessa época que o assunto passou a ser tratado com um desafio global e a comunidade internacional passou a ser informada da gravidade do problema. No entanto, mesmo com o novo órgão, pouca atenção foi dada à questão, o que fez a 58ª sessão da Assembléia Geral das Nações Unidas, em 2004, decidir dedicar um ano especialmente à questão.
A coordenação das atividades está sendo realizada pela UNCCD. O PNUD, o PNUMA (Programa da ONU para o Meio Ambiente) e o FIDA (Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola) também colaboram.
(PNUD Brasil, 13/02/2006)