Parcerias garantem gás natural para a Petrobras na Bolívia
2006-02-14
A Petrobras comunicou, na sexta-feira (10/02), que assinará até o final do mês um
memorando de entendimentos que prevê parceria em empreendimentos, com garantia de
fornecimento de gás para a estatal brasileira no longo prazo. Após reunião na
Bolívia, a estatal anunciou ainda que haverá "expansão de investimentos" naquele
país.
Serão signatários do acordo a Petrobras, o Ministério de Minas e Energia
brasileiro, a estatal boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos
(YPFB) e o Ministério de Hidrocarburos da Bolívia. "A reunião da Petrobras e autoridades bolivianas confirma a possibilidade de entendimento entre as duas partes, de forma a encontrar caminhos para uma convivência mutuamente profícua, sustentável e duradoura", afirmou o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, em comunicado divulgado à imprensa.
De acordo com a Petrobras, o memorando detalhará as possibilidades de associação
e cooperação em sete áreas: refino; exploração e produção de petróleo e gás;
biocombustíveis; distribuição de gás na Bolívia; instalação de complexo industrial
na fronteira, com construção de Pólo Gás-Químico; atividades de geração térmica e
produção de fertilizantes; cooperação na área de gás natural veicular e de uso do
gás no setor residencial; e cooperação na formação de recursos humanos bolivianos.
Recuperação de refinarias
A sinalização de um acordo entre o Brasil e o governo boliviano ocorre quase 15
dias depois de a Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos ter anunciado a
intenção de recuperar duas refinarias operadas pela Petrobras naquele país.
Juntas, as refinarias, localizadas em Cochabamba e Santa Cruz de La Sierra, têm
capacidade para produzir 60 mil barris diários, com uma produção média atual de
40 mil/dia. Dias depois das declarações do presidente da YPFB, Jorge Alvarado, o
representante da Petrobras na Bolívia, José Fernando de Freitas, ofereceu ao
governo de Evo Morales sociedade com a estatal boliviana.
Na ocasião, Freitas afirmou que havia sido "retomado um diálogo saudável com a
Bolívia", que iria garantir no futuro "melhores condições e oportunidades para as
duas nações e as empresas energéticas". Também disse que esperava recuperar o
"espírito" das propostas de sociedade em parte iguais apresentadas pela Petrobras
em 1993.
(Reuters, 13/02/06)