Pingüim-rei encontrado no Cassino
2006-02-13
Um pingüim-rei, espécie de rara ocorrência na costa brasileira, foi localizado na beira da praia do Cassino, sexta-feira (10/02) à noite, e está sob cuidados do Centro de Recuperação de Animais Marinhos (Cram) do Museu Oceanográfico da Furg. Ele foi encontrado quando o motorista da Furg José Cândido Corvello Klein retornava para casa depois de pescar com os filhos. Klein avistou a ave a 35 quilômetros do monumento a Iemanjá e parou o carro para verificar o animal. O motorista resolveu levá-lo para casa e avisou a equipe do museu, que foi buscar o pingüim no sábado. Klein acredita que ele recém havia saído da água quando o encontrou.
Conforme a oceanóloga Andréa Adornes, do Cram, o pingüim-rei (Aptenodytes patagonicus) é o segundo maior entre as 17 espécies de pingüins, podendo atingir 95 centímetros de altura e 15 quilos. Maior que ele, somente o pingüim-imperador, tema do filme "A marcha dos pingüins", que pode alcançar mais de 1,2m de altura.
O pingüim-rei mantém colônias nas ilhas da região subantártica e áreas adjacentes, como Falklands (Malvinas), Geórgia do Sul e outras ilhas dos oceanos Índico e Pacífico. Andréa acredita que o animal localizado no Cassino - o sétimo da espécie encontrado no Brasil - é originário das Falklands. A veterinária Alice Meirelles Leite, do Cram, disse que a ave estava aparentemente bem, com bom peso (14,8kg) e ativa. Ela recebe hidratação e alimentação e será submetida à coleta de sangue para exames laboratoriais.
Esta espécie se alimenta de peixes, lulas e crustáceos. Assim que os técnicos tiverem certeza de que o pingüim estiver bem, ele será reconduzido ao mar. O diretor do Museu Oceanográfico, Lauro Barcellos, observou que esses animais são grandes nadadores e às vezes se afastam muito de suas colônias em busca de alimentação.
(CP, 13/02/06)