Até maio, os principais defensores do Protocolo de Kyoto pretendem lançar outro grande esquema para reduzir a poluição, disse um oficial à Reuters na quinta-feira (9). O lançamento da Implementação Conjunta (JI – Joint Implementation), uma das três principais medidas propostas pelo Protocolo de Kyoto, deve incentivar investimentos em centenas de projetos na Rússia e na Europa Oriental, onde há vastas oportunidades para reduzir as emissões industriais de gases do efeito estufa (GEE).

“Pelos nossos esforços, em maio o JI deve estar funcionando” disse Shailendra Kumar Joshi, Secretário Adjunto do Ministério do Meio Ambiente e Florestas da Índia. “Se não for possível, será em julho. Existem vários projetos esperando para serem registrados”, ele disse à Reuters pelo telefone. Joshi, que é o vice-presidente do quadro supervisor organizado para conduzir o mecanismo de JI, segundo ele, as discussões internacionais que aconteceram no início do mês em Bonn foram frutíferas e resultaram em um acordo amplo sobre os procedimentos do esquema. Discussões seguintes forma marcadas para março.

O JI tem como objetivo oferecer aos países desenvolvidos modos menos custosos para atingir os seus compromissos assumidos no Protocolo de Kyoto, investindo em projetos climate friendly no exterior. Os investimentos de JI devem ser feitos entre países que possuem metas de redução das emissões dentro de Kyoto.

Foco na Rússia
A maioria dos projetos deve acontecer na Rússia e na Ucrânia, segundo fontes industriais. A Europa Oriental é uma vendedora natural de créditos de carbono devido ao fechamento de indústrias pesadas durante a queda do comunismo, o que baixou drasticamente as suas emissões.

Fontes do mercado comentam que o progresso do JI pode ser dificultado devido aos atrasos no estabelecimento de regulamentações nacionais nos países anfitriões dos projetos, especialmente na Rússia e na Ucrânia. Joshi não quis especular sobre o grau de preparação da Rússia e da Ucrânia para o lançamento do JI. O JI é um dos três mecanismos de mercado de Kyoto.

O MDL - Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e o Mercado de Emissões são os outros dois mecanismos. O MDL está ganhando agilidade após ter passado por uma série de problemas financeiros e administrativos. “Todos os três mecanismos (de Kyoto) são muito importantes”, disse Joshi, “Queremos aprender com a nossa experiência do MDL em termos de custos de transações e atrasos”.

Joshi disse que o JI não possui problemas ligados a fundos financeiros. “Alguns países que se comprometeram em fornecer fundos, já o fizeram”, disse ele.
(CarbonoBrasil, 10/02/06)