Grupo de trabalho planeja ações de economia de energia na lavoura de arroz
2006-02-10
Criado por determinação do governador Germano Rigotto e organizado pela Secretaria de Energia, Minas e Comunicações, o grupo de trabalho que irá estudar ações para economizar energia nas lavouras de arroz começou a trabalhar. Ele examina alternativas para tornar mais competitiva a orizicultura no Rio Grande do Sul. O Estado responde por 53,3% da produção de arroz do Brasil e 44,5% do Mercosul, com lavouras em 188 municípios e geração de 272 mil postos de trabalho, dos quais 32 mil diretos. Porém, 98% do arroz é irrigado.
O trabalho do grupo, informa o secretário Valdir Andres, visa a implantar a eficiência elétrica nas lavouras de arroz. Um dos caminhos mais curtos para a mudança é a substituição de equipamentos antigos por modelos mais eficientes, com maior desempenho e menor consumo de energia elétrica. A CaixaRS - Fomento Econômico e Social e o Banrisul poderão ser os agentes financeiros da conversão.
O grupo examina a criação de linhas de crédito com taxas de juros e condições especiais de amortização para estimular orizicultores e outros segmentos a efetivarem a troca. “É preciso encontrar uma maneira de melhorar o consumo de energia durante a captação de água necessária para a irrigação do arroz, diminuir as perdas de água e, com isso, melhorar os resultados finais”, afirma Andres. Um problema sério enfrentado pelos arrozeiros é o da queda de tensão e de falta de energia. Esses fatos ocasionam a queima de motores e transformadores.
A formalização do grupo de trabalho está prevista para a segunda quinzena deste mês. Será composto pelas secretarias de Energia, Minas e Comunicações e da Agricultura e Abastecimento, CEEE, Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga).
Na quarta feira (1º), Andres reuniu na sua secretaria o presidente da CEEE, Antonio Carlos Brites Jaques, o diretor de distribuição da CEEE, Luiz Antônio Leão, o representante da Farsul, Antônio Chaves Barcelos, e os representantes do Irga, Elio Marcolin e Mauricio Fischer, da Federarroz, Pedro Barcellos, do Banrisul, Francisco Finamor, e da pasta da Agricultura, Hermes Ribeiro.
No Rio Grande do Sul, o arroz representa cerca de 8% da arrecadação do ICMS. Na última safra foram plantados, mais de 1 milhão de hectares, dos quais a maior parte foi de arroz irrigado. A safra foi de 6,2 milhões de toneladas. De acordo com Francisco Brandão, apenas na irrigação é possível obter uma redução de custo de energia de 60% com a substituição de motores. A energia representa cerca de 10% do custo total de produção do arroz.
(Semc, 08/02/06)