Pesquisadores da UFSC estudam desastres naturais em SC
2006-02-10
"As variações climáticas não podem ser evitadas. O que é possível ser feito é um mapeamento das áreas de riscos pra alertar a população e evitar os acidentes". É o que afirma a meteorologista do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (Ciram/Epagri), Marilene de Lima. Segundo ela, a previsão para este trimestre (fevereiro, março e abril) é de muito calor e chuvas em todo o litoral. Esta situação climática estaria dentro da normalidade para o verão catarinense e os estragos causados pelas chuvas só poderiam ser evitados com prevenção e orientação.
Com este objetivo, pesquisadores do Departamento de Geociência da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) formaram o Grupo de Estudo de Desastres Naturais (GEDN). A idéia inicial era realizar pesquisas e divulgar informações sobre os desastres naturais, desenvolvendo medidas práticas e preventivas para ajudar a redução dos prejuízos dos desastres.
Furacão Catarina, no Sul do Estado
As informações auxiliariam nas ações de planejamento regional e urbano e possibilitariam a organização de um sistema de alerta meteorológico mais qualificado na defesa das populações. Com isso, o número de desabrigados, mortos, feridos e os prejuízos econômicos seria muito menor. De acordo com a coordenadora do projeto, professora Maria Lúcia de Paula Hermann, nos Estados Unidos, por exemplo, os furacões são bastante freqüentes, porém o número de mortes é reduzido devido ao preparo das populações, que têm, inclusive, planos de fuga.
Com o apoio financeiro da Defesa Civil de Santa Catarina, o GEDN concluiu em agosto de 2005 o "Atlas dos Desastres Naturais". O projeto, pioneiro nesta área no Brasil, custou R$ 87mil e contém dados, fotos e mapas sobre o clima, as áreas mais atingidas pelos desastres, o prejuízo econômico causados pelos acidentes e as definições de conceitos geocientíficos. Além disso, o projeto preparou profissionais da área para ministrar cursos à comunidade sobre como agir em caso de acidentes naturais como temporais, deslizamentos, tempestades de raios e enchentes.
A expectativa dos pesquisadores era que o Atlas fosse publicado e distribuído para os municípios catarinenses ainda no ano passado, mas até agora nada foi feito. O capitão da Polícia Militar, Márcio Luiz Alves, gerente de prevenção da Defesa Civil de Santa Catarina, diz aguardar as últimas revisões no documento para poder publicá-lo. "A princípio serão 5 mil exemplares distribuídos para as secretárias municipais e dados eletrônicos colocados na página da Defesa Civil", explica.
Mais informações sobre o projeto nos sites www.cfh.ufsc.br/~gedn/ e www.ceped.ufsc.br.
(Universidade Aberta, 09/02/06)