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2006-02-10
O Governo argentino considerou na quinta-feira (09/02) "uma desgraça" o surgimento de um foco de febre aftosa na região nordeste do país, embora tenha assegurado que "todas as medidas" para "minimizar os riscos" já foram tomadas. "Não gostamos nem um pouco do que aconteceu. É uma desgraça, mas estamos investigando a fundo e adotamos rapidamente as medidas correspondentes", afirmou o titular do Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa), Jorge Amaya.

O funcionário deu entrevista coletiva depois de o órgão ter informado sobre a existência de um foco da doença em San Juan, na região de San Luis del Palmar, na província de Corrientes, a 25 quilômetros da fronteira com o Paraguai. O Senasa indicou que mandou sacrificar 70 bovinos doentes da raça Braford, e que impôs quarentena à região da província afetada.

Amaya assegurou que em estudo realizado em campos e municípios que fazem fronteira com a região, não surgiram suspeitas sobre a existência de outro foco. Aos jornalistas, Amaya sustentou que o vírus da febre aftosa detectado em San Luis del Palmar coincide com o registrado no Brasil no ano passado.

"A aparição de um foco de aftosa sempre é uma má notícia, mas a rápida reação do Senasa permite esperar que o problema se resolva no menor espaço de tempo possível sem um prejuízo maior", disse Néstor Roulet, vice-presidente das Confederações Rurais Argentinas, uma das entidades que representam os produtores agropecuários. "A zona onde o foco foi registrado pode ser facilmente isolada, o que minimiza o risco da doença se estender ao resto do país", apontou. Roulet, que calculou ainda que se os mercados se fecharem para as carnes argentinas "o farão de forma preventiva", mas previu que "a proibição não será prolongada".

Outra entidade rural, a Confederação Intercooperativa Agropecuária, reivindica em comunicado que "as causas da reaparição da aftosa sejam esclarecidas", destacando que "o produtor argentino investiu muito tempo e dinheiro para atingir um status sanitário de excelência".

Depois que o Senasa informou sobre o foco em Corrientes, província que também faz fronteira com o Uruguai e o Brasil, o Chile suspendeu a importação de carne bovina argentina. O Ministério da Agricultura do Brasil suspendeu temporariamente a entrada de carnes bovinas de Corrientes, enquanto Uruguai e Paraguai impuseram fortes controles sanitários em suas fronteiras.

Terceiro exportador mundial de carne bovina, a Argentina registrou em 2005 a entrada de US$ 1,39 bilhão em exportações. Depois do Brasil, primeiro exportador mundial de carne bovina a sofrer com um foco da doença em 2005, alguns países como a Rússia e o Chile aumentaram as compras de cortes argentinos.
(EFE, 08/02/06)
Link: noticias.uol.com.br/ultnot/2006/02/08/ult1767u60421.jhtm

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