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2006-02-09
A filial chilena da organização ambientalista Greenpeace denunciou como uma grave ameaça o projeto da empresa de telecomunicações Entel PCS de instalar uma antena de telefonia celular de 36 metros de altura no Parque Nacional Torres del Paine. “É um projeto cuja origem e discussão se fez sem a participação da cidadania, entre quatro paredes”, disse Rodrigo Herrera, coordenador nacional da Campanha de Florestas do Greenpeace, que culpa por este segredo a própria empresa e a governamental Comissão Nacional Florestal (Conaf).

O Parque, administrado pelo Conaf, foi criado em 1959 e conta com 181.414 hectares de área. Está localizado entre a Cordilheira dos Andes e a Estepe Patagônica, na província de Última Esperança, no extremo austral do Chile, cerca de 2,5 mil quilômetros ao sul de Santiago. O lugar recebe a cada ano milhares de estrangeiros e chilenos que praticam o turismo ecológico, atraídos por trilhas nas montanhas, rios e grandes lagos, bem como pela flora de antigas florestas de lenga (Nothofagus pumilio) e coigüe (Nothofagus dombeyi) e por uma rica fauna que inclui guanacos, raposas, nhandus, condores e aves aquáticas como o cisne de pescoço negro e as taguas (Fulica armillata).

O Parque, que deve seu nome às Torres del Paine – três impressionantes maciços medindo entre 2.250 e 2.500 metros de altura – é um exemplo de “preservação de ambientes naturais e de traços culturais e paisagísticos associados a eles”, onde se pode observar a continuidade de processos evolutivos e realizar pesquisas e educação, disse o Greenpeace.

O projeto da Entel PCS deve ser submetido à qualificação da Comissão de Meio Ambiente da região de Magalhães (Corema), o que pode ocorrer agora em fevereiro, se for dada prioridade entidade superior, a Comissão Nacional do Meio Ambiente (Conama). Herrera disse que, embora o Greenpeace tenha apresentado suas observações, o Corema não informou sobre o tratamento do projeto de instalação da antena de telefonia celular, que também foi rejeitado pela Câmara de Turismo Austral do Chile, por organizações ambientalistas e por autoridades locais. “Isto é muito estranho”, acrescentou o ativista, se referindo ao fato de não se conhecer os pronunciamentos da Subsecretaria de Telecomunicações sobre esta iniciativa, nem das autoridades que devem resguardar o cumprimento de compromissos internacionais subscritos nesta área pelo Estado chileno.

O Parque Torres del Paine foi declarado reserva mundial da biosfera pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e também está protegido pela Convenção para a Proteção da Flora e Fauna e as Belezas Naturais da América, subscrita em Washington no dia 12 de outubro de 1940. “Não nos opomos a que exista uma rede de telecomunicações dentro do Parque. Mas há opções para fazer isso sem afetar a riqueza natural”, disse Herrera, recordando que já operam ali radiotelefones celulares de banda VHF (muito alta freqüência) e que os abrigos para excursionistas contam com sistemas de informática de rede fixa e voz IP.

Uma torre de telefonia sem fio de 36 metros de altura não só prejudicaria a paisagem natural, como também teria conseqüências negativas em termos ecológicos, científicos, culturais e arqueológicos, além dos impactos sobre a fauna em razão das radiações dos celulares, segundo os ecologistas. O temor dos que se opõem a este projeto é que, com base no sistema de livre competição, a autorização para instalação da antena crie um precedente para que as empresas de telefonia móvel inundem o Parque Torres del Paine de outras instalações semelhantes, “causando impacto irreversível sobre sua surpreendente beleza natural”. Se isto acontecer, se distorcerá irreversivelmente o conceito universal dos parques naturais, que é o de que estes existem enquanto “mostra e constância da natureza original para as futuras gerações”, advertiu o Greenpeace.

"Curiosamente, o Conaf, instituição encarregada de velar pela proteção dos parques, parece estar plenamente de acordo com a iniciativa de instalar a antena”, acrescentou a organização ecologista. A empresa Entel S/A, surgida no final da ditadura do general Augusto Pinochet (1973-1990) com a privatização da antiga Empresa Nacional de Telecomunicações, manteve silêncio diante da denúncia do Greenpeace. “Este projeto está sendo manipulado muito sigilosamente por parte da Entel. Há muita desinformação para a população e é necessitário um pronunciamento das autoridades do governo central”, concluiu Herrera.

A Entel é uma empresa controlada majoritariamente por capitais chilenos e em sua direção figuram o magnata Ricardo Matte, o dirigente empresarial Juan Claro, o ex-ministro do governo de Patrício Aylwin (1990-1994) René Cortazar, e o atual vice-presidente do Banco Central Jorge Marshall.
(IPS, 07/02/06)

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