Cientistas descobrem "Jardim do Éden" na Nova Guiné
2006-02-08
Uma equipe de cientistas anunciou ontem (07/02) a descoberta do que classificou como
"um mundo perdido" na província de Papua, na ilha indonésia de Nova Guiné.
Foram encontradas dezenas de espécies de pássaros, borboletas, rãs e plantas
tropicais até então desconhecidas ou que eram tidas como extintas.
- É o mais próximo ao Jardim do Éden que se pode encontrar na Terra - disse o
co-diretor do estudo, Bruce Beehler.
A expedição às isoladas montanhas Foja, na província mais ao Leste da Indonésia,
ocorreu em dezembro e contou com a participação de cientistas indonésios,
americanos e australianos. Entre as espécies descobertas está um pássaro com uma
mancha laranja que se alimenta de mel, uma ave (Parotia berlepschi) avistada pela
primeira vez no século 19 e que se acreditava extinta, além de um canguru que
vive nas árvores nunca visto antes na Indonésia e uma rã anã com menos de 14
milímetros de comprimento (no detalhe abaixo).
O coordenador de programas da Conservation International Indonesia, William
Marthy, disse que no total foram descobertas mais de 50 espécies, mas que será
necessária sua revisão antes que sejam aceitas oficialmente.
Marthy reconheceu que esse processo pode demorar anos, o que não impede a equipe
de planejar novas incursões na região.
A equipe científica aposta que ainda há muito a ser descoberto nas inexploradas
florestas tropicais de Papua, uma das regiões com maior biodiversidade do mundo.
- Não há indícios do impacto ou presença humana nestas montanhas. Nós fomos
levados de helicóptero. Não havia nem uma trilha - disse Bruce Beehler.
Até tribos ficaram surpresas com isolamento do local
Segundo ele, até os dois membros de tribos da Indonésia que acompanharam os
cientistas ficaram impressionados com o isolamento da área. A explicação talvez
esteja no fato de Papua ser uma das províncias mais remotas da Indonésia,
geográfica e politicamente.
O acesso a estrangeiros é muito restrito. Para chegar ao local, os cientistas
necessitaram de diferentes permissões das autoridades indonésias.
(ZH,
08/02/06)