Cuidados com o meio ambiente estimulam a economia na Califórnia
2006-02-08
Uma das maiores críticas à adoção de medidas que visam a redução do aquecimento global vem daqueles que acreditam que tais medidas atrapalhariam o crescimento
econômico. A idéia por trás desse argumento é que se trata de ações restritivas sobre as empresas, o que causaria desemprego e queda na taxa de crescimento da
economia.
Agora, um estudo feito em conjunto por dezenas de especialistas, na Universidade
da Califórnia, Estados Unidos, mostra justamente o contrário. O estado da
Califórnia possui uma das mais rigorosas legislações sobre o meio-ambiente, que pretendem, entre outros, chegar ao ano de 2020 com os mesmos níveis de emissão de gases que causam o efeito estufa apresentados no ano de 1990.
Embora tenha sido feito para a situação específica do estado da Califórnia, o estudo é altamente relevante, já que aquele é um dos estados mais avançados dos
Estados Unidos e, sozinho, teve um produto interno bruto de US$1,5 trilhão de dólares em 2004, cerca de três vezes o PIB de todo o Brasil.
"Nosso estudo mostrou que a adoção de medidas para a redução do aquecimento
global na Califórnia é bom para a economia da Califórnia," disse o economista
Michael Hanemann da Universidade de Berkeley e um dos autores da pesquisa. Os cientistas concluíram que a economia do estado terá um acréscimo de 20.000
empregos e um crescimento do produto interno bruto de US$60 bilhões. Isso apenas como resultado direto das medidas de redução da emissão de gases poluentes. Sem
contar que, no atual estágio, eles analisaram apenas oito das medidas adotadas pelo governo.
"As estratégias de proteção climáticas beneficiam economicamente a Califórnia
porque a inovação e a eficiência diminiuem custos para seus consumidores, que
redirecionam seus gastos de forma a estimular o crescimento do emprego," explica
David Roland-Holst, outro participante do estudo.
(Inovação Tecnológica,
04/02/06)