Um plano para deixar a região de Santa Maria mais verde e rica
2006-02-08
Na onda verde de investimentos no setor florestal gaúcho, com as apostas das
empresas Stora Enso e Votorantim, Santa Maria e a região também lutam por um
lugar ao sol. Ou melhor, à sombra dos pínus e eucaliptos. Áreas que hoje são
campo aberto podem se tornar florestas no futuro. O primeiro passo para mostrar o
potencial do centro do Estado foi dado por um estudo da Universidade Federal de
Santa Maria (UFSM).
Na tentativa de abrir caminho à extração de madeira, foi elaborado o Plano
Estratégico de Desenvolvimento Florestal da Região Central (Flocen). O projeto,
do Departamento de Ciências Florestais, traz dados sobre condições do solo, vias
de transporte e clima das 28 cidades (veja mapa) que fazem parte do Conselho
Regional de Desenvolvimento (Corede-Centro).
O levantamento revela que as 28 cidades têm 200 mil hectares disponíveis ao
plantio de florestas, cerca de 10% da área total da região. Até cinco anos atrás,
as árvores de pínus e eucalipto não chegavam a 1% do território. Conforme a UFSM,
para aproveitar esse espaço, seria preciso um investimento de R$ 314 milhões no
plantio.
De acordo com o coordenador do estudo, professor Paulo Renato Schneider, os dados
servirão de base para atrair investidores ao incentivar a instalação de
indústrias, como as de celulose, móveis, placas de fibras de madeira e serrarias.
- A região não tem tido muita oportunidade por falta de estudos - diz Schneider.
O professor estima a execução do plano num prazo de 20 anos, quando seriam
investidos mais de R$ 4,5 bilhões.
Versão regional de inventário do Estado
O projeto é uma versão regional do programa Floresta Indústria RS, um inventário
do setor florestal do Estado que está sendo feito pela UFSM, a pedido do governo.
O estudo, mostrado em janeiro no Diário, trará dados a produtores interessados em
tirar proveito dos atuais investimentos na área, que devem chegar a R$ 5 bilhões.
Com o estudo regional, a prefeitura de Santa Maria e a UFSM trazem informações
mais detalhadas do coração do Estado. Segundo o secretário municipal de
Planejamento, Vilson Serro, há investimentos na área em todo o Estado, mas poucos
são aqui.
Na região, só são beneficiadas com a vinda da Stora Enso, por exemplo, Unistalda
e Santiago, onde a empresa comprou terras. Em sete anos, a meta é ter uma fábrica
no Estado.
- Como vamos lutar por uma fábrica na região sem ter um projeto adequado? -
justifica o secretário.
(Diário de Santa Maria, 07/02/06)