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2006-02-06
Amazônia - Desmatamento ajuda avanço da malária Dois novos estudos de saúde pública acrescentam novas ferramentas para facilitar o combate a um dos piores inimigos da humanidade, a malária. Um deles mostrou como o desmatamento favorece a expansão da doença, enquanto o outro conseguiu prever surtos do mal com antecedência.

A primeira pesquisa, feita nos EUA por uma cientista brasileira, revelou a dinâmica da infecção pela doença em áreas de fronteira na Amazônia, o que permite desenvolver ações específicas para diminuir o risco da doença em novos assentamentos. E um trabalho assinado por pesquisadores dos EUA, Reino Unido e Botsuana conseguiu vislumbrar com cinco meses de antecedência epidemias da doença usando modelos computacionais de previsão climática.

A brasileira Márcia Caldas de Castro, vinculada à UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e agora na Universidade da Carolina do Sul (EUA), foi co-autora de artigo publicado na última edição da "PNAS", a revista da Academia de Ciências dos EUA.

O estudo mostra a evolução do risco de malária ao longo de uma década no assentamento Machadinho, no norte de Rondônia, desde sua fundação em 1985. Os números mostram que os riscos de contrair a doença eram bem mais altos no começo da povoação, quando as mudanças no ambiente facilitavam a disseminação das larvas do mosquito transmissor, o Anopheles darlingi.

Depois, com a ampliação da área desmatada e o estabelecimento de agricultura e áreas urbanas, a transmissão foi reduzida "substancialmente". Os pesquisadores chamam esse fenômeno de "malária de fronteira", que opera em três escalas -individual, comunidade e regional/nacional.

Na escala local, a densidade alta do vetor é que define as taxas de infecção. As larvas proliferam em ambientes como a sombra parcial perto da borda da floresta e em águas paradas. O mosquito pica durante o amanhecer e ao entardecer, dois momentos em que os trabalhadores rurais estão a caminho do campo e de volta para casa, o que aumenta a transmissão.

No segundo nível, o da comunidade, a transmissão é facilitada pelo movimento constante de migrantes. E, em escala estadual e nacional, pela falta de planejamento dos assentamentos.

O resultado é que em algumas subáreas de Machadinho, a taxa de infecção chegou a ser de 43,8 casos em cada 100 pessoas. Dez anos depois do início da povoação, em 1995, a taxa global tinha caído para 6,6%.

Márcia e colegas recomendam que seja feito um planejamento antes de cada nova ocupação, que inclua melhor conhecimento do potencial agrícola do local, um rápido desmatamento inicial e construção de casas protegidas.

O outro estudo foi publicado na revista "Nature" por Tim Palmer, do Centro Europeu de Previsão do Tempo em Reading, Reino Unido. Ele mostrou como determinado padrão de chuvas e temperatura acelera a transmissão da doença ao facilitar a disseminação do mosquito e do parasita, criando verdadeiras epidemias regionais em áreas que já são endêmicas para a doença.

O modelo conseguiu explicar as epidemias em Botsuana, no sul da África, de 1982 a 2002. Com o tempo de alerta proporcionado pelo modelo, as autoridades sanitárias podem planejar com antecedência o combate à doença, para a qual ainda não existe nenhuma vacina eficaz.
(Folha de S.Paulo, 03/02/06)

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