La Niña afetará verão norte-americano, diz estudo
2006-02-06
A volta do fenômeno climático La Niña, neste ano, deve provocar secas no sul e sudoeste dos Estados Unidos, disseram meteorologistas do governo na quinta-feira, acrescentando que é cedo para dizer se o fenômeno também provocará mais furacões em 2006.
O La Niña é um resfriamento excepcional da superfície da água do Pacífico, que pode provocar alterações climáticas em todo o mundo, a exemplo do fenômeno contrário, chamado El Niño.
Os meteorologistas da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos EUA disseram que o La Niña pode prejudicar o clima do país no final da primavera e possivelmente durante o verão local (entre junho e setembro).
"É um La Niña mínimo, por enquanto. Acaba de cruzar o limite (para ser considerado como tal)", disse Ed O Lenic, meteorologista da NOAA. "Há alguma incerteza adicional para quando chegarmos à primavera."
A seca, segundo a agência, deve ocorrer entre os Estados de Arizona, Arkansas e Louisiana. Já o noroeste dos EUA e o vale do Tennessee devem registrar chuvas excepcionais.
Uma seca duradoura pode ser prejudicial ao sul, especialmente ao Texas, o principal produtor de algodão do país, que já sofre com a falta de chuvas.
"(O La Niña) está jogando lenha na fogueira", disse Sharon Johnson, especialista em cotonicultura do First Capitol Group, de Atlanta. "Já estávamos nervosos com a possibilidade de uma safra menor neste ano por causa da seca do oeste do Texas", acrescentou.
A NOAA disse ainda que, embora o La Niña possa provocar mais furacões no Atlântico, é cedo para dizer que impacto haverá em 2006. O ano passado teve a temporada de furacões mais intensa da história, com 13 eventos desse tipo entre 26 tempestades tropicais.
Quatro grandes furacões atingiram os EUA, inclusive o Rita e o Katrina, em agosto e setembro.
A NOAA já havia alertado que a temporada de furacões-- cujo auge normalmente ocorre em agosto, setembro e outubro-- pode ser novamente muito violenta em 2006.
O fenômeno La Niña ("menina," em espanhol) ocorre em média a cada três a cinco anos. O último, em 2001, foi relativamente fraco.
A NOAA divulgará sua previsão meteorológica para a primavera do hemisfério norte em meados de março e sua avaliação da tempestade de furacões no Atlântico e no Pacífico em meados de maio.
(Reuters, 02/02/06)
Link:noticias.uol.com.br/ultnot/reuters/2006/02/02/ult729u54016.jhtm