Madeira brasileira é destaque no Museu Florestal
2006-02-03
O casarão amarelo, no alto, perto dos lagos do Horto, com seus vitrais coloridos já valeria a visita ao Museu Florestal Octavio Vecchi, na zona norte da capital paulista. O prédio, com térreo e primeiro andar, foi inaugurado em 1931 para abrigar amostras de madeira brasileira e peças produzidas com ela desde o início. Foi reaberto, após reforma, no dia 3.
No total, são 12 vitrais originais dos anos 30, com 1,20 metro de altura, feitos pela tradicional Casa Conrado. Trazem imagens de insetos, aves e mamíferos de um lado e flores de outro. A maioria está em bom estado, mas dois foram atacados por vândalos e precisam de reparo.
O hall traz nas paredes pinturas de árvores da década de 30. "Cada sala tem piso e forro feitos de madeira com desenhos uns diferentes dos outros", diz a diretora do museu, ligado ao Instituto Florestal, Roselaine Barros Machado.
No térreo, funcionam as exposições temporárias como a Paz, feita a partir de uma carta que veio de Hiroshima, logo após a 2ª Guerra Mundial, pedindo sementes ao Instituto Florestal de São Paulo para compor uma área verde com exemplares do mundo todo. Agora, estão expostos quadros de artistas que moram próximo do Horto, ligados à preservação do meio ambiente. Além de peças de artesanato feito por portadores de necessidades especiais.
No primeiro andar estão móveis e objetos de decoração. "Foram feitos com madeiras brasileiras por profissionais do Serviço Florestal, substituído pelo Instituto Florestal, que mantinha duas escolas aqui, de xilografia e charão", explica Roselaine. Esta última utiliza uma resina que enche de brilho escuro a peça, proveniente de uma árvore vinda da Indochina, que se adaptou muito bem ao Brasil. "Foi a única escola desse tipo de técnica, cuja extração é semelhante à da borracha, e funcionou entre 1938 e 1972."
A xilografia consistia em fazer na madeira matrizes esculpidas e reproduzir imagens. "Entre 1940 e 1945, a escola formava técnicos para ilustrar os trabalhos de pesquisa do instituto."
Há ainda objetos em marchetaria (composições e desenhos com vários tipos e tons de madeira) e na técnica que usa raízes de árvores. "Na Europa se utiliza a raiz da mandrágora para esse trabalho, mas no Brasil, eram pinheiro-do-brejo de laranjeira. Estão expostas quase 200 pranchas de madeira, 87 com entalhes mostrando como são o fruto e a folha da espécie.Há cerca de 90 espécies representadas.
Quem gosta de música conta com curso de violão, por R$ 20,00 mensais. Inscrições podem ser feitas pelo telefone.
Museu Florestal Octavio Vecchi, R. do Horto, 931, tel. 6231-8555, ramal 2063. Aberto de terça a sexta-feira, das 9 às 12 h e das 13h30 às 16h30, e aos domingos das 10 às 16 h. Sábado não abre. Ingressos R$ 2,00. Grátis para escolas públicas, menores de 8 anos e maiores de 65.
(O Estado de S. Paulo, 02/02)