Quercus diz que plano nacional de alterações climáticas “perdeu credibilidade”
2006-02-03
A Quercus considerou que o Plano Nacional de Alterações Climáticas (PNAC) não tem respondido às necessidades de redução de emissões de gases com efeito de estufa (GEE) e que, por isso, “perdeu credibilidade”. O Governo apresentou a revisão do plano hoje. Em comunicado, a associação ambientalista diz ver a revisão do PNAC como “positiva” mas com “enorme cepticismo, dada a diferença entre a teoria e a prática”. De facto, Portugal já ultrapassou a meta definida pelo Protocolo de Quioto sobre alterações climáticas para o período 2008-2012.
Tendo em conta o cenário, a Quercus chama a atenção para as consequências “extremamente limitadas” das medidas do PNAC, nomeadamente no sector da eficiência energética. “Muitas das medidas aprovadas/previstas recentemente poderão ter um efeito relativamente marginal se não conseguirmos poupar energia”. A Quercus lembra que, num período de recessão económica, Portugal tem aumentado o seu consumo anual de energia na ordem dos cinco por cento, “sem que os sucessivos Governos invertam esta tendência”.
Sem poupar
Os ambientalistas consideram mais “rentável” conservar energia do que investir em energias renováveis. No entanto, a poupança energética “não tem recebido a atenção suficiente”.
A Quercus diz ter dúvidas quanto à aposta do Governo das florestas enquanto sumidouros de carbono, face ao “peso que os incêndios florestais têm tido”.
Para a Quercus, o caminho a seguir por Portugal deve passar por Quioto, pela descarbonização da economia – “promovendo a conservação de energia, eficiência energética e renováveis” – e pela adaptação aos impactes das alterações climáticas.
Segundo a nova versão do PNAC, Portugal emitirá em 2010 mais 9% a 12% de GEE em relação ao que é permitido pelo Protocolo de Quioto.
(Ecosfera, 31/01/06)