Diálogo parece ser a nova estratégia para solucionar o conflito das papeleiras
2006-02-02
Com informes técnicos diametralmente opostos e o anúncio do governo argentino de levar o conflito sobre as plantas de celulose à corte de Haya, começou esta semana uma nova fase do conflito entre os dois países. A do diálogo e da diplomacia, que também pode se mostrar a de escaramuças políticas.
Em Montevideo a oposição pediu ao presidente Tabaré Vásquez que se reúna com Kirchner. Do lado argentino o diretor de assuntos ambientais da chancelaria do país considerou que uma cúpula entre os presidentes seria factível e que as portas de uma solução consensual estão abertas.
Por outro lado, testemunhos do encontro entre Vázquez e seus opositores dentro do Uruguai para definir a posição consensual do país, indicam qual a estratégia adotada pelos uruguaios. "Agora temos que ganhar a batalha da opinião pública", teria dito o presidente. A idéia, segundo analistas, é apresentar os argentinos como responsáveis pelo fracasso diplomático. Já o Uruguai, se apresentará totalmente disposto ao diálogo, desde que não implique em renunciar ao seu credo fundamental: as fábricas serão feitas no lugar onde foram inicialmente planejadas e sem troca de tecnologia.
O vice-ministro de Indústria uruguaio, Martín Ponce de León, lançou terça-feira (31/01) esse mote: "o diálogo é necessário". E de imediato responsabilizou Buenos Aires pelo fracasso da comissão técnica mista.
Outros analistas especulam que em vez de um encontro com Kirchner, Vázquez prepara uma tour regional para explicar sua posição, e assim somar aliados. Essa ação iniciará em 11 de março em Santiago, onde o mandatário do Uruguai assistirá a posse de Michelle Bachelet, seguindo depois para a Bolivia, Paraguay e Brasil.
(Clarin, 01/02/06)