Falha a promessa de operar em janeiro o primeiro cata-vento de Osório
2006-02-01
A Ventos do Sul não cumpriu a promessa de colocar em operação experimental em janeiro o primeiro cata-vento da usina eólica de Osório, a maior obra em andamento no Rio Grande do Sul. O primeiro mês de 2006 chegou ao fim e ainda não foi instalado no alto da primeira torre – enfim concluída – o aerogerador de três metros de altura e as três hélices de 35 metros de comprimento, conjunto que pesa cerca de 100 toneladas.
Telmo Magadan, o diretor-presidente da Ventos do Sul, nega qualquer problema técnico e atribui o retardo na montagem do primeiro cata-vento a uma cautela natural em marinheiros de primeira viagem. “Esta é a primeira vez que se constrói no Brasil uma usina eólica deste porte e estamos nos familiarizando com os equipamentos e as técnicas de montagem”, disse ele ao AmbienteJÁ, lembrando que a obra deve ficar pronta antes do prazo (31-12-2006) combinado com a Eletrobrás, compradora da energia a ser gerada pelos 75 cata-ventos projetados.
Magadan argumenta ainda que nessa obra privada, majoritariamente financiada pelo BNDES, não prevalece o raciocínio segundo o qual deve haver uma prestação pública de contas à população. “Esta é uma obra privada, onde o cumprimento de prazos pode ter certa flexibilidade. Uma torre hoje ou duas amanhã podem levar ao mesmo resultado”, diz ele. Magadan reconhece que há um sentido social num empreendimento desta envergadura, mas lembra que em Osório, ao contrário do que acontece em outros grandes projetos, não há renúncia fiscal de nenhuma espécie.
Em ritmo aparentemente normal, o canteiro de obras continua recebendo os equipamentos para a montagem de novas torres. A segunda torre está chegando à metade. A terceira parece pronta para subir, pois há dois guindastes-gigantes operando ao lado do “maior do mundo”, com sua lança de 112 metros de altura. A dificuldade está na montagem das peças finais no alto do primeiro cata-vento. Quanto tempo mais será necessário para a operação tão esperada?
Por enquanto nem o vento sabe a resposta.
Por Geraldo Hasse, de Osório para O Diário dos Ventos, série exclusiva do Ambiente Já e Jornal Já – www.jornalja.com.br