Chirac assinará acordo nuclear durante sua próxima visita à Índia
2006-02-01
O presidente francês, Jacques Chirac, deve assinar um acordo de colaboração em energia nuclear para uso civil durante a visita que fará à Índia em meados de fevereiro, publica hoje o diário The Asian Age.
O acordo seguiria a linha do assinado pela Índia com os Estados Unidos e pode implicar no futuro na venda de reatores nucleares da França para a Índia, segundo o jornal indiano. O presidente francês deve fazer uma viagem oficial à Índia em 19 e 20 de fevereiro.
Em setembro passado, durante a visita à França do primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, ambos os países abriram a via para uma futura colaboração em matéria nuclear para uso civil, o que a Índia está buscando em vários âmbitos.
Singh e Chirac assinaram uma declaração na qual a França "reconhece a necessidade de uma cooperação internacional plena com a Índia no setor nuclear civil" e se compromete a "trabalhar nesse sentido em colaboração com outros países e com o Grupo de Países Subministradores Nucleares (NSG)".
A Índia, potência atômica, não assinou o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), o que impossibilita a assistência dos países integrantes do NSG, entre eles a França, mas nos últimos tempos está buscando acordos bilaterais com países que lhe permitam uma colaboração neste sentido.
Em entrevista ao jornal francês Le Figaro publicada durante sua visita à França, Singh assinalou que seu país "precisa" da experiência nuclear francesa e desejaria poder importar reatores atômicos franceses.
O Governo indiano está se apresentado perante diferentes países do mundo como "uma potência nuclear responsável" a fim de conseguir uma colaboração nesse âmbito para uso civil e assim conjurar sua crescente dependência do petróleo.
Em julho passado, Manmohan Singh e o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, chegaram a um acordo pelo qual Washington colaborará nos programas indianos de energia nuclear civil, destinado a resolver a escassez de energia que sofre o Subcontinente.
Esse acordo não foi aplicado pois falta, por enquanto, o referendo do Congresso americano, onde existem muitas vozes críticas.
(EFE, 31/01/06)
Link: noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2006/01/31/ult1808u58119.jhtm