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2006-02-01
O Brasil se dedicará ao aumento da participação das "energias limpas" em sua matriz energética. Esse foi o recado que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, deu a empresários alemães durante evento sobre oportunidades de investimentos em infra-estrutura no Brasil, realizado ontem, em Frankfurt, na Alemanha. Usinas hidrelétricas e de biomassa terão prioridade no planejamento do fornecimento de energia do País.

Dilma anunciou a abertura de um processo internacional de licitação, a ser realizado em junho, para a construção de duas usinas hidrelétricas na Região Norte do País, com capacidade de geração de 6,5 mil megawatts. Segundo a ministra, além de mais limpa, a energia hidrelétrica é também viável economicamente para o Brasil.

"Energia hidrelétrica é a nossa prioridade. É a forma mais barata de gerar energia no País. Aproveitamos apenas 24% do potencial de nossos rios, muito menos do que nos países europeus, onde a utilização do potencial hidráulico está em torno de 60%. O bagaço de cana será a nossa segunda principal fonte, junto ao gás natural, que estamos buscando em nosso território", disse a ministra.

Com os projetos em andamento, Dilma disse que o Brasil atingirá estabilidade energética até 2013, mesmo considerado um acréscimo de 5,5% ao ano no consumo de eletricidade. De acordo com a ministra, os projetos realizados pelo Ministério de Minas e Energia nos últimos anos mostram a preferência pelas matérias-primas renováveis. Usinas que dependem de materiais não-renováveis somaram apenas 12% dos projetos aprovados desde 2003, segundo o Ministério. "Vamos evitar a todo custo as unidades que dependem de óleo. Só faremos se absolutamente necessário", disse ela.

Dilma ressaltou ainda que o Brasil está muito à frente do resto dos países em desenvolvimento no uso de energias renováveis: enquanto 43,6% da energia elétrica produzida no Brasil vem de fontes renováveis, a média mundial é de 14%. Entre os países-membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), as fontes limpas representam somente 6% da produção de eletricidade.

Acima da média
No setor de combustíveis, o Brasil também apresenta uso de matérias-primas renováveis acima da média mundial. O álcool hoje representa quase 15% do consumo de combustíveis automotivos do Brasil. Segundo a ministra, o país está pronto para exportar álcool em grande quantidade para todo o mundo. Para isso ocorrer, só falta que blocos econômicos como a União Européia derrubem barreiras tarifárias impostas ao produto. "Não há nação que produza etanol de forma tão eficiente quanto o Brasil. Produzimos 1 bilhão de litros usando 0,2% da terra disponível para agricultura no País."

Dilma disse aos empresários alemães que o crescimento do álcool é inevitável também no mercado interno, graças ao desenvolvimento da tecnologia flex fuel, que permite o uso de qualquer mistura de álcool e gasolina sem danos ao motor do veículo.

Ela disse ainda que a produção de biodiesel também deve crescer nos próximos anos, com 5% dos veículos pesados sendo movidos por combustível renovável até o início da próxima década. Além disso, o Brasil está numa situação muito confortável em relação ao petróleo. "Vamos nos tornar exportadores líquidos de óleo ainda este ano. Temos reservas comprovadas do produto pelos próximos 20 anos", disse.

A ministra aproveitou a conferência para anunciar a abertura de licitações para a construção de estradas, ferrovias e rodovias. Ela, porém, afirmou que o foco do Governo este ano será a revitalização dos portos.

Investir no País volta a ser "moda" na Alemanha
Dois dias depois da conferência da Confederação Nacional da Indústria Alemã, o Brasil será o assunto de outros dois eventos sobre investimentos na área de infra-estrutura, promovidos pela empresa de consultoria empresarial Deloitte. De acordo com um dos diretores da Deloitte na Alemanha, Sven Oleownik, está de novo "na moda" investir no Brasil. Por isso, a empresa vai reunir, a partir de amanhã, empresários de grande porte para discutir as oportunidades das Parcerias Público-Privadas (PPPs) no Brasil.

Para Oleownik, o Brasil está mostrando sinais de estabilidade econômica, o que certamente abrirá o apetite dos investidores alemães. "Nós não sabemos se a economia do Brasil melhorou por causa ou apesar do presidente Lula. Mas isso não importa, pois há evidências de que o crescimento é sustentável, apesar do real sobrevalorizado ser um fator que ainda afugenta os investidores", explica.

Os dois eventos promovidos pela Deloitte reunirão clientes de médio e grande porte da empresa na Alemanha (com faturamento entre 50 milhões e 2 bilhões de euros ao ano). "Mandamos os convites pessoalmente e deveremos ter presença dos dirigentes dessas companhias, pessoas que exercem cargos de CFO (principal executivo de finanças) e CEO (principal executivo da empresa)", comenta. Cerca de 40 empresas devem participar dos eventos a serem realizados nas cidades de Munique e Düsseldorf.

O ritmo de investimentos alemães no Brasil diminuiu nos últimos anos por dois motivos, segundo o diretor da Deloitte. "A Alemanha vinha priorizando a consolidação de sua relação com a China, a Rússia e outros países da Europa Oriental. É uma tendência que se acelerou após a queda da Cortina de Ferro (em 1989). E era uma oportunidade a ser aproveitada. Além disso, as expectativas de crescimento do Brasil ficaram aquém das expectativas (nas últimas décadas)", explica.

A outra razão para a desacelaração dos investimentos do país no Brasil foi a crise pela qual a Alemanha passou nos últimos anos. Segundo Oleownik, as empresas alemãs voltaram a ter resultados positivos em 2005, o que certamente aumentará as possibilidades de investimento no exterior.

A empresa de consultoria mantém em Munique e em São Paulo mesas de negócio Brasil-Alemanha. O objetivo é aumentar as possibilidades de intercâmbio econômico entre os dois países. "Conhecemos muito bem o mercado brasileiro, onde somos líderes em aconselhamento empresarial", ressalta o diretor da Deloitte.

Os participantes do evento foram escolhidos pelo nível de conhecimento do mercado brasileiro.
(Jornal do Commercio-RJ, 31/01)

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