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2006-02-01
O Relatório Final da Operação contra o desmatamento no sul do Pará, realizada Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), através da Gerências de Belém e Marabá, revela que as multas aplicadas, de julho a setembro de 2005, superaram a casa dos R$ 140 milhões. Foram lavrados mais de 110 autos de infração e embargados cerca de 100 mil hectares com ilícitos ambientais.

O deputado federal pelo estado de Tocantins, Amarildo Martins da Silva, foi multado em mais de meio milhão de reais por desmatar 350 hectares de floresta nativa na Amazônia Legal. No local da infração foram apreendidas armas e motosserras, pelos agentes do órgão. O gerente executivo do Ibama no Pará, Marcílio Monteiro, disse que a operação no sul do Pará com ênfase na Terra do Meio, resultaram numa redução efetiva nos índices de desmatamento na região.

Municípios como São Felix e Altamira tiveram redução em até 80% de desmatamento na cobertura vegetal. O volume de 20 mil metros cúbicos de carvão vegetal apreendidos na operação demonstra que cerca de 80% do carvão vegetal que abastecem os pólos siderúrgicos do Pará e Maranhão (12 guseiras) tiveram origem em floresta nativa com produção, transporte e consumo irregular. Outro alvo da fiscalização foi o corte ilegal da castanheira (Bertholetia excelsa) na região. O abate da espécie está proibido desde 1994, mas os madeireiros no sul do Pará continuam abastecendo de castanheira as regiões nordeste, sudeste e até países como o Chile e Paraguai. Além de servir para a construção civil a castanheira está virando carvão vegetal para as siderúrgicas.

O confisco de 110 caminhões – dois quilômetros em fila indiana - por transporte ilegal de madeira tora/serrada e carvão vegetal é considerada a maior apreensão de veículos na história de operações do órgão. Durante a ação foram aplicadas as três maiores multas lavradas na região da Terra do Meio, que somadas chegam a mais de 16 milhões de reais.

A primeira no valor de R$ 10,268 mil contra o pecuarista José Dias Pereira, por desmatar ilegalmente 6.852 hectares de floresta nativa. O infrator foi preso pela justiça no Pará. O desmatamento corresponde a mais seis mil campos de futebol e cerca de dois milhões de árvores abatidas.

A segunda, no valor de quatro milhões duzentos e trinta e três mil reais contra o ex-deputado do Tocantins Onofre Marques de Melo por Destruir a corte raso 2.882 milhões hectares de floresta nativa na Amazônia Legal

A terceira, no valor de R$ 2,908 milhões, conta o madeireiro Ronaldo Malta Landares, por destruir 1.399,293 hectares a corte raso de floresta nativa na Amazônia Legal. Todas as multas foram lavradas no município de Altamira.

Na operação realizada pelo Ibama, Exército e a Polícia Militar nos rios Xingu, Iriri, Triunfo e Pontal e localidades de Caboclo, Central e Canopus na Terra do Meio, as apreensões totalizaram: 110 caminhões, 2 aviões agrícolas,75 mil metros cúbicos de madeira tora/serrada, 20 mil metros cúbicos de carvão vegetal, 15 tratores, 200 (aves) exemplares da fauna silvestre, 1000 litros de óleo diesel, 800 litros de gasolina, 08 armas de diversos calibres, 20 motosserras, 4 toneladas de sementes de capim. Os embargos foram: mais de 100 mil hectares de áreas com ilícitos ambientais, 20 serrarias e 70 fornos para produção de carvão vegetal.

A operação Terra do Meio de combate a crimes ambientais realizada entre os municípios de Altamira e São Felix do Xingu – dois dos maiores municípios do mundo – na região conhecida como Terra do Meio, movimentou mais de cem homens entre agentes do Ibama, militares do Ministério do Exército e soldados da Policia Militar de Marabá com uso de helicópteros no combate a crimes ambientais como queimadas, desmatamentos e agressões a fauna silvestre na região. As regiões do sul e sudoeste do Pará estão na faixa dos cerca de três mil quilômetros de extensão no chamado Arco do Desflorestamento que vai do nordeste do Pará até o leste do Acre.
(Jornal do Brasil Online, 31/01)

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