Pará incentiva reflorestamento para barrar destruição da mata
2006-01-31
Como estabelecer, na prática, as formas de plantio florestal no
Pará, a recuperação de áreas degradadas e recomposição de reserva legal. Foram
sob estas premissas que o governo do Paraná, Ibama, ONGs e pesquisadores se
reuniram no fim-de-semana, em Paragominas, para desencadear atividades
produtivas sustentáveis.
O encontro, promovido pela Secretaria Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente do
Estado do Pará, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis, e apoiado pela Companhia Vale do Rio Doce, reuniu técnicos dos
governos federal, estadual, do setor produtivo e de instituições de ensino e
pesquisa que consolidaram as diretrizes do Decreto que vai regulamentar as
atividades de reflorestamento do território paraense.
O dispositivo, encaminhado para análise da Procuradoria Geral do Estado e do
governador do Pará, Simão Jatene, incorpora as determinações da Lei de
Florestas do Estado do Pará, e também as recomendações da portaria do Ibama,
que disciplina o Programa de Reflorestamento e Recuperação de Área de Reserva
Legal.
"Vamos desenvolver políticas de incentivo ao reflorestamento, visando ao
aproveitamento desta matéria-prima para fins energéticos, madeireiros,
frutíferos e de outras demandas industriais, agregando valor aos recursos
naturais por meio da geração de emprego e renda", explica Gabriel Guerreiro,
Secretário executivo de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente.
O decreto autoriza o plantio de espécies exóticas em até 50% das áreas
alteradas. Além disso, o documento regulador se converterá em um mecanismo
legal de incentivo à modernização do setor florestal, através da concessão de
incentivos fiscais para a aquisição de compra de equipamentos. "O
reflorestamento traz melhoria social, econômica e ambiental", defendeu.
O diretor-executivo da Associação das Indústrias Madeireiras Exportadoras do
Estado do Pará (Aimex), Justiniano Neto, considerou que o atual momento é
decisivo para conciliar desenvolvimento econômico com preservação ambiental.
"Com este decreto, o governo do estado está justamente criando um instrumental
legal de crescimento econômico, que acaba gerando emprego e renda", frisou. Ele
apresentou a Carta de Paragominas, aprovada no seminário, que, entre outras
recomendações, sugere a Sectam o uso de critérios técnicos para conceituar
claramente o que são áreas degradadas e alteradas, reserva legal, áreas de
preservação permanente, sistema agroflorestal, povoamento florestal e estágio
avançado de regeneração.
O representante da CVRD no seminário, engenheiro florestal Gustavo Bessa,
considera que o decreto estadual e outros instrumentos legais que venham
regularizar as atividades do setor florestal significam "uma redenção" para as
questões sociais e ambientais do Estado do Pará. "A floresta plantada hoje deve
ser a maior barreira contra a destruição da floresta nativa", destacou.
(GM, 31/01/06)