Guarani converterá energia em créditos de carbono
2006-01-31
A Açúcar Guarani poderá agregar mais uma atividade ao seu negócio este
semestre - a comercialização de créditos de carbono. O projeto de co-geração
de energia por meio de biomassa da empresa foi enviado à Organização das
Nações Unidas (ONU), após aprovação pela Comissão Interministerial de
Mudanças Climáticas. Trata-se de projeto de mecanismo de desenvolvimento
limpo (MDL), nos moldes do Protocolo de Kyoto, que projeta a redução de 5,2%,
até 2012, dos gases causadores do efeito estufa.
"Nossa expectativa é vender 130 mil toneladas de CO2 convertidas em crédito
de carbono em dez anos", diz o diretor industrial da Guarani, Antonio
Alberto Stuchi. O projeto implica na conversão em créditos das toneladas de
dióxido de carbono que deixam de ser liberadas por combustíveis fósseis à
medida que a energia é obtida pelo bagaço da cana-de-açúcar. A contagem dos
créditos é retroativa a 2003 e abrange apenas a energia vendida pela unidade
de Olímpia (SP), pois a produção de energia de Severínia (SP) é exclusiva
para consumo próprio.
Stuchi prefere não estimar quanto a empresa poderá obter com a venda de
créditos de carbono. "O preço da tonelada está hoje de US$ 4 a US$ 5. Vamos
esperar um cenário mais definido para dar início à comercialização dos
créditos", diz.
O projeto será submetido a auditoria que vai verificar o controle da emissão
de gás carbônico e quanto a empresa vendeu de energia desde o início do
projeto. "Quando a ONU certificar o projeto, a Açúcar Guarani poderá
comercializar os créditos", diz o vice-presidente da área de créditos de
carbono da Econergy, Marcelo Junqueira. Ele estima que 15% das usinas tenham
projetos de MDL no País. No fim de 2005, a Econergy submeteu 22 projetos à
Comissão Interministerial - 19 de açúcar e álcool e três de aterros
sanitários.
(GM, 27/01)