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emissões de co2
2006-01-31
O comitê executivo da UNFCCC - Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas registrou dois projetos do Brasil em Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL) na última semana. Um deles prevê a geração de energia renovável em Minas Gerais e o outro, o aproveitamento do gás metano de um aterro sanitário no Espírito Santo.

O projeto de geração de energia renovável UTE Barreiro S.A., registrado em 22 de janeiro, é administrado conjuntamente pela unidade brasileira da Vallourec & Mannesmann (V&M) - maior produtora mundial de tubos de aço - e pela desenvolvedora e negociadora de créditos de carbono EcoSecurities.

Atualmente, a V&M compra eletricidade da Cemig - Companhia Mineira de Energia para colocar em operação a Usina Siderúrgica Integrada do Barreiro, localizada em Belo Horizonte. Esta usina é o principal complexo industrial da V&M do Brasil, com uma área de quase 3 milhões de metros quadrados, mais de quatro mil funcionários e capacidade para produzir cerca de 500 mil toneladas de tubos por ano.

Para reduzir o consumo de energia proveniente da rede elétrica, a V&M, em parceria com a EcoSecurities, vai construir uma termoelétrica com capacidade de 12.9MW.

Com opção de usar tanto gás de alto forno quanto o alcatrão e, excepcionalmente, gás natural, para a geração de energia, a usina terá a vantagem de não emitir gases do efeito estufa (GEE).

O aço fabricado pela empresa é conhecido como “tubo verde”, pois a V&M utiliza carvão de eucalipto extraído de suas reservas florestais na produção de aço.

“Portanto, o gás de alto forno, um subproduto da produção de aço, pode ser considerado como uma fonte de energia renovável. Igualmente, assim como a madeira de alcatrão é obtida como um subproduto da produção sustentável de carvão vegetal, este pode ser considerado uma fonte renovável de energia”, define o projeto.

O processo siderúrgico da V&M é considerado um exemplo bem sucedido de aplicação de energia renovável em produção industrial de larga escala, que contribui favoravelmente para a redução do gás carbônico e o aumento do oxigênio na atmosfera.

A nova usina vai reduzir em cerca de 1/3 a dependência anual da V&M em relação à Cemig. A expectativa é diminuir a emissão de 48.565 toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2e) na atmosfera este ano - ou 1.019.881 toneladas durante os próximos 21 anos. A empresa será a possuidora dos créditos de carbono provenientes do projeto.

Novas metodologias - A V&M também desenvolve uma nova metodologia para outro projeto de MDL, que deverá ser apresentado em breve para a aprovação da UNFCCC, conta o conselheiro técnico de meio ambiente Guilherme Dias Freitas.

A empresa possui uma floresta de 106 mil ha de eucalipto, em Minas Gerais, que fornecerá carvão para acionar a usina. “Ter essa floresta sozinha ajuda a limpar o meio ambiente dos gases prejudiciais do efeito estufa”, diz Freitas.

“Para cada tonelada de aço produzida com a utilização do carvão, em média 2,5 toneladas de CO2e são absorvidos da atmosfera graças a essa floresta”, declara a empresa.

“Estas são iniciativas muito importantes porque os projetos que a V&M está desenvolvendo podem ser facilmente duplicado pelas indústrias”, acrescenta Freitas.

Projeto de aterro sanitário - A Ecosecurities, junto com a Marca Ltda, desenvolve o Projeto de Energia a partir de Gás de Aterro Sanitário da Marca, localizado no município de Cariacica, no Espírito Santo. O comitê executivo da UNFCCC aprovou o projeto, que envolve a captação de gás de aterro sanitário emitido de resíduos sólidos da área metropolitana de Vitória e dos municípios de Cariacica, Serra e outros, em 23 de janeiro.

Os créditos de carbono serão gerados pela combustão do metano – gás proveniente da decomposição da matéria orgânica nos aterros – e geração e exportação de energia para a grade de eletricidade. A Marca também está queimando todo o excesso de gás do aterro. Com isso, pretende reduzir as emissões de CO2e em 4.859.503 toneladas nos próximos 21 anos. Essas duas iniciativas fizeram com que o número total de projetos de MDL registrados no Brasil subisse para sete.
(CarbonoBrasil, 30/01)

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