São Francisco não tem tratamento detalhado no plano aprovado, diz representante de ministério
2006-01-31
A integração do Rio São Francisco não recebeu destaque no Plano Nacional de Recursos Hídricos, aprovado hoje (30) por unanimidade pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos, afirma o diretor de Planejamento e Estruturação da secretaria de Recursos Hídricos do ministério do Meio Ambiente, Marley Caetano de Mendonça. "O plano não trata [o assunto] diretamente, apenas de forma superficial", disse Mendonça em entrevista à Agência Brasil.
O plano é composto por 30 programas que cuidarão de questões específicas da água até 2020. Temas como a água subterrânea, a despoluição dos recursos hídricos e as áreas especiais – como Amazônia, Pantanal e o semi-árido –, vão receber programas específicos.
A integração do São Francisco é um item dentro do programa para o semi-árido. "O plano considera um conjunto de ações, entre elas está a integração", explica o diretor. O tratamento direto do projeto de integração será feito pelo Plano da Bacia do rio São Francisco. Cada bacia hidrográfica terá o seu plano.
Assim, a questão da água no Brasil será tratada em três níveis: no plano Nacional, nos planos estaduais e nos planos de bacia. "Cada um tem a sua margem de tratamento", diz Mendonça. "O plano nacional tem um caráter mais geral, assim como os estaduais. Os planos de bacia vão tratar de questões operacionais, como as prioridades para a distribuição da água, as obras de melhoria da água. Podemos dizer que os três são complementares."
Outra questão a ser tratada pelos planos de bacia é o abastecimento de água. "Uma característica muito forte e ruim no Brasil é que as águas próximas dos grandes centros populacionais estão em uma situação muito ruim, de degradação muito forte", diz o diretor. Assim, destaca, há dois problemas que precisam ser trabalhados nas metrópoles: a qualidade e a quantidade.
(Agência Brasil, 30/01)