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2006-01-31
Os boletins com os resultados do monitoramento da qualidade das águas dos balneários e praias do Estado, elaborados pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), dentro da operação Verão Gaúcho, apontaram, pela quarta semana consecutiva, condições impróprias de banho no Balneário Carlos Larger (Prainha), em Candelária. A situação causa retraimento entre os veranistas que costumam freqüentar o local. Antes a reclamação era em relação ao pouco volume de água e agora a preocupação passou a ser com as causas da poluição.

Os indicadores definidos por resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) apontam que a água é imprópria para banho quando duas amostras, de cinco realizadas, apresentarem valores superiores a mil coliformes fecais ou 800 Escherichia coli (uma bactéria presente nas fezes humanas e de animais de sangue quente) por cem mililitros de água. Ou ainda quando a coleta mais recente apresentar mais de 2.500 coliformes ou 2.000 Escherichia coli.

A Prefeitura até agora não determinou medidas para verificar a causa do problema. A presidente do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo, Lúcia Schmidt, lembra que há cerca de três anos, quando os levantamentos da Fepam também apontaram a falta de balneabilidade, houve a constatação de que o esgoto de algumas casas pouco acima do ponto de captação das amostras para a análise era a causa da poluição. Após isso, a Prefeitura instalou uma fossa séptica comunitária.

A presidente do comitê explica que não é possível apontar as causas dos problemas de balneabilidade nas últimas semanas. Afirma que é necessário um levantamento na montante do rio, acima do balneário, para verificar a origem. Mas observa que a sujeira da poluição difusa por causa das lavouras ou de alguma criação de suínos muitas vezes é levada com as águas das chuvas para o rio, o que provoca alta incidência de coliformes fecais. Lembra que antes do início do ano houve um longo período de poucas chuvas e isso geralmente aumenta a carga orgânica nas áreas próximas ao rio. Lúcia acredita na tendência de melhoria na qualidade da água nas próximas semanas.

A coordenadora afirma que a realização de novas ações corretivas depende do levantamento dos pontos poluidores. Explica que muitas vezes as iniciativas partem do poder público municipal, interessado em manter boas condições para atrair visitantes aos balneários. Observa que hoje a Emater e a Secretaria Estadual de Obras possuem um trabalho forte na área do saneamento para resolver os problemas pontuais e podem apoiar o trabalho. (Otto Tesche, Gazeta do Sul, 31/01/2006)

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