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2006-01-30
Os biguás moram num arquipélago com vista para a Pedra da Gávea, comem nos cantos mais charmosos do Rio e, exigentes como os cariocas, fogem da degradação ambiental da cidade. Especialistas constataram que as aves passaram a procurar peixes na Lagoa Rodrigo de Freitas e na Baía de Guanabara. Entre as causas da mudança, está a dificuldade de se alimentar nas águas super poluídas das lagoas da Barra e de Jacarepaguá. O novo hábito levou aos céus da Zona Sul o vôo dos biguás, que se movimentam em grupo com formação em "v" entre as ilhas e os locais da refeição.

O ornitólogo (especialista em aves) Fernando Pacheco, diretor do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos, diz que apesar de ainda não haver um estudo científico associando a nova rota de pesca das aves à degradação da Barra, há fatos que respaldam a observação dos especialistas.

- Até os anos 80, os biguás só eram vistos voando entre as ilhas e as lagoas da Barra. Em 1995, passaram a se movimentar também em direção à Zona Sul. Uma das causas dessa mudança está relacionada ao assoreamento e à invasão de gigogas nas lagoas da Zona Oeste, já que essas aves precisam da superfície d´água para buscar alimento - diz Pacheco.

Além da escassa área de pesca, falta peixe. Ricardo Mantovani, presidente da colônia Z-13, dá a dimensão da fome dos biguás:

- Em 20 anos, a redução do volume de pesca na Baixada de Jacarepaguá foi de 80%. Das dezenas de espécies antes encontradas, apenas a tilápia ainda é vista com abundância.

A espécie ainda rende algum dinheiro aos pescadores, mas não é o alimento predileto dos biguás, segundo o zoólogo do Museu Nacional (UFRJ) Henrique Rajão.

- A tilápia vive no fundo. Certamente não é o peixe preferido do biguá, ave que escolhe o seu alimento em profundidades médias - explica.

A proximidade com as Ilhas Tijucas faz com que os biguás mantenham as lagoas da Barra como opção de pesca. Mas, no verão das gigogas, aumentou a procura pelas águas menos poluídas e com maior fartura de peixes da Lagoa e da Baía de Guanabara. De vários pontos da Zona Sul, de manhã ou no fim da tarde, é possível ver grupos de biguás voando perto da Avenida Niemeyer.

A formação em "v", que tanto atrai curiosos, é uma estratégia de grupo que visa a economizar energia no vôo. No Rio, durante o dia, apenas o biguá se movimenta dessa forma. Não há um líder fixo entre as aves, de acordo com o especialista Henrique Rajão.

- Eles se posicionam no formato aerodinâmico de flecha para furar o ar com mais facilidade. E se revezam cada vez que o que está na frente cansa. É uma estratégia adotada por várias aves no mundo - diz.

O biguá, cujo nome científico é Phalacrocorax brasilianus , é uma ave aquática, mas prefere se alimentar em águas doces e salobras. A espécie nativa tem primos do mesmo gênero espalhados pelo mundo. Alguns são famosos. Os asiáticos, por exemplo, são treinados para trabalhar com a pesca.

- Lá, o pescador prende uma coleira com enforcador na ave e, quando ela pega o peixe, é enforcada de modo que não possa comê-lo - diz Rajão.

As ilhas das aves
Os biguás não são os únicos habitantes das Ilhas Tijucas, localizadas na altura do Quebra-Mar, na Barra da Tijuca. O arquipélago é um importante sítio reprodutivo de várias espécies da avifauna aquática do Rio. Repórteres do GLOBO estiveram semana passada na Ilha Alfavaca, a primeira do conjunto das Tijucas, e observaram ninhos de atobás espalhados por toda a área, além de grandes grupos de biguás, gaivotões e atobás-marrom.

A ornitóloga Vânia Soares explica que, além das espécies permanentes, há aves migratórias nas Tijucas. As ilhas são procuradas pela relativa tranqüilidade para reprodução:

- Os maçaricos, por exemplo, aparecem entre setembro a abril, em busca de uma área com pouca interferência do homem. Nas ilhas, a ameaça são as outras aves, como os predadores gavião e o urubu.
(O Globo, 29/01)

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