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2006-01-30
oferecem diversos serviços de ajuda aos desabrigados diante da queda drástica da temperatura no país. Em Berlim, os termômetros chegaram a marcar 20 graus negativos. Com a chegada de uma forte frente fria ao país, vinda da Sibéria, o governo e organizações de ajuda humanitária da Alemanha preocupam-se com o grande número de sem-teto em todo o país. Tenta-se de diversas maneiras oferecer proteção aos cerca de 20 mil desabrigados que vivem nas ruas, só da capital. A Associação Nacional de Ajuda aos Sem-Teto (Bundesarbeitsgemeinschaft Wohnungslosenhilfe) de Bielefeld convocou, segunda-feira passada (23/01), as prefeituras a elevar o número de abrigos.

O fundador da organização de ajuda humanitária Unidos Contra o Frio (Gemeinsam gegen Kälte), Thomas Beckmann, falou sobre medidas e precauções que deverão ser tomadas e de que maneira as cidades devem se preparar para o atendimento aos sem-teto. Beckmann afirma que os dependentes de álcool merecem especial atenção dos transeuntes, pois caídos nas ruas por conta da bebida o risco de morte por congelamento é mais provável. Ele acredita que se um prestar mais atenção no outro pode-se evitar o pior. "As prefeituras são obrigadas pela Lei Federal de Proteção Social a providenciar um teto para cada desabrigado", afirmou Beckmann.

Estrutura contra o frio
"Estamos bem equipados", afirma o Secretário de Assistência Social de Frankfurt, Ingo Staymann. A cidade garante possuir estrutura para auxiliar os mendigos. Os alojamentos noturnos permanecerão abertos também durante o dia. Um ônibus especial passará por todos os lugares onde eles se encontram, a fim de recolhê-los a um lugar seguro e abrigado.

Em Berlim, onde as temperaturas são ainda mais baixas que em outras regiões do país, três estações de metrô permanecerão abertas durante toda a noite para quem procurar abrigo do frio. Há 71 pontos para pernoite emergencial, distribuição de sopa, cafés noturnos e encontros diurnos, que funcionam durante os meses de inverno na capital alemã. Além disso, circula ainda um ônibus para recolhimento dos desabrigados e um veículo que lhes presta assistência médica.

Mendigo no centro de Frankfurt
"Hoje está mais cheio do que nunca aqui", comentava-se num café da estação ferroviária de Göttingen. Enquanto na maioria das manhãs de inverno cerca de 20 a 25 pessoas compram um café para aquecer-se na cafeteria, na segunda-feira passada (23/01) foram mais de 40.

"Em Düsseldorf, ninguém precisará dormir na rua", garantiu Roland Buschhausen, da Secretaria de Integração e Segurança Social. A prefeitura não acredita haver necessidade de aumentar o número de abrigos para os sem-teto. Segundo Buschhausen, este esquema de ajuda humanitária funciona graças ao bom trabalho realizado entre as instituições de amparo, streetworkern (ajuda voluntária para a realização do trabalho na rua), polícia e prefeituras distritais.

Receio dos grandes abrigos
Segundo o porta-voz do grupo de trabalho da cidade de Bielefeld, Werena Rosenkem, apesar das temperaturas congelantes, muitos desabrigados têm medo de ir para alojamentos de massa. Portanto, também serão disponibilizados abrigos menores, para os quais eventualmente também poderia ser levado um cachorro. Este tipo de alojamento, entretanto, falta nas pequenas e médias cidades, assim como nas zonas rurais.

No ano de 2004 foram contabilizados cerca de 345 mil sem-teto em toda a Alemanha. Conforme Rosenke, os mais atingidos pelo frio ainda são aqueles que vivem sozinhos na rua, sobretudo, desabrigados idosos com graves problemas de saúde.

Animais também sentem frio
Para permitir que os animais também passeiem do lado de fora de suas tocas, o zoológico de Hannover preparou um serviço especial: lêmures, tigres, leões e guepardos terão suas jaulas equipadas com placas térmicas, nas quais poderão aquecer-se durante a temporada de frio.

Ainda assim, alguns "habitantes" africanos do zoológico permanecerão dentro da toca, saindo somente por curtos períodos. Os hipopótamos preferem ficar mergulhados nas piscinas com temperaturas de 20 graus. Já outros animais não têm problemas com o frio. O tigre siberiano, por exemplo, não só está acostumado ao frio como agüenta temperaturas de até 30 graus negativos sem problemas.
(Deutsche Welle, 25/01/06)

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