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silvicultura zoneamento silvicultura gestão de florestas públicas
2006-01-30
A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) coordena um projeto ambicioso que promete deixar o Rio Grande do Sul mais verde. Até julho, as secretarias estaduais de Agricultura e de Meio Ambiente terão em mãos uma pesquisa inédita sobre a expansão de florestas plantadas. O programa, batizado de Floresta Indústria RS, custará R$ 570 mil e pretende mostrar os caminhos para investir no setor.

O desafio de indicar a nova alternativa econômica para os gaúchos foi confiada a um especialista na área. O professor Doádi Antônio Brena, do Departamento de Ciências Florestais da UFSM, conhece bem o assunto. Em 2001, ele apresentou o primeiro inventário florestal Estado, um documento importante que serve de base aos investimentos no setor.

A meta do novo trabalho é descobrir onde estão os melhores negócios.

- O papel da universidade é justamente este, de apontar caminhos - diz Doádi.

A pesquisa se justifica por um simples motivo: a abertura de novas fábricas de celulose (matéria-prima para a produção de papel) das gigantes Votorantim e Stora Enso. As fábricas devem ser erguidas no Estado daqui a cinco anos e vão consumir muita madeira. A Stora Enso já comprou terras para plantio em Santiago e Unistalda. Os investimentos ultrapassam R$ 5 bilhões.

No mapa do desenvolvimento no setor de florestas plantadas, que está sendo traçado por mais de 30 professores e alunos da UFSM e uma equipe da Universidade do Vale dos Sinos (Unisinos), o que mais impressiona é a riqueza de detalhes. A pesquisa mostrará, por exemplo, a dimensão do setor florestal gaúcho, quanto emprega, o que produz, como poderia se expandir e o que isso traria de benefícios ao Estado.

- Não seria inteligente todo mundo sair plantando árvores. Vamos ter excesso de matéria-prima, o que faz o preço cair. A idéia é que, em uma mesma propriedade, a agricultura, a pecuária e o plantio de florestas convivam lado a lado - afirma.

O projeto não pára aí. Abastecido pelo Zoneamento Florestal do Estado, que está sendo feito pela Secretaria do Meio Ambiente, a equipe apontará onde há áreas disponíveis para o plantio de florestas e qual espécie de árvore se adapta a cada região.

Meta é criar grupos industriais
Em um capítulo da pesquisa, o produtor poderá conhecer as normas do mercado dos produtos florestais antes de plantar.

- Precisamos ter claro o que estamos produzindo, de onde está vindo a matéria-prima e quais são as possibilidades de expandir a produção para orientar novos investidores - aponta Doádi.

Enquanto a plantação cresce - leva, no mínimo, sete anos para que árvores como eucalipto, pínus e acácia-negra sejam usadas na indústria de celulose - a estratégia do Estado é incentivar a criação de indústrias, treinar mão-de-obra para atuar no setor e dar incentivo fiscal.

- A idéia é o aproveitamento total da floresta. Interligar indústrias para que uma use a matéria-prima excedente da outra - diz o professor.

Estado é o mais promissor para o plantio
As vantagens para o Rio Grande do Sul vão além da iniciativa do governo, que saiu na frente ao encomendar a pesquisa para orientar futuros investidores. Segundo o professor Doádi Antônio Brena, em 2003, a Sociedade Brasileira de Silvicultura alertou que faltaria madeira no Brasil a partir de 2004.

- Isto se confirmou. Já começamos a importar do Uruguai, da Argentina e do Chile - afirma o professor da UFSM.

A boa notícia é que, dos três estados da Região Sul - considerados os mais apropriados ao plantio de florestas devido ao clima, ao volume de chuvas e ao solo -, o Rio Grande do Sul é o que tem mais área disponível.

- Em Santa Catarina, o espaço está praticamente saturado e no Paraná, maior produtor nacional de madeira de pínus, há uma lei estadual que limita o plantio - diz Doádi.

Uma das metas é, em uma década, dobrar a área de florestas plantadas no Estado, que hoje é de 400 mil hectares, 1,4% do território gaúcho.

O professor diz ser um mito acreditar que o cultivo de algumas espécies, como pínus e eucalipto, acabe com os nutrientes do solo. Contrários ao cultivo de florestas dizem que essas árvores causam desequilíbrio ecológico, pois consumiriam muita água do solo. O gasto de água das árvores é alvo de uma pesquisa da UFSM.

- No Brasil, já comemoramos cem anos do plantio de florestas. No Estado, produzimos desde a década de 60, ou seja, já foram sete ciclos contínuos de plantação e não houve queda na produção - afirma.

Propriedade três em um
O produtor Luiz Campanhola, 57 anos, decidiu destinar três hectares dos 55 de sua propriedade rural, na localidade do Alto dos Mários, em Arroio do Só, para o plantio de eucalipto. Mas, assim como aconselha a UFSM, ele não deixou de lado as outras duas fontes de ganhos da família: a agricultura e a pecuária.

Em meio às lavouras de arroz e ao gado de corte, Luiz plantou a floresta - orientado pelos agrônomos da Emater municipal - em novembro do ano passado. As mudas estão com pouco mais de 50 centímetros de altura e são consideradas uma espécie de poupança verde que será transformada em dinheiro no futuro.

A família acredita que valerá a pena. Diferentemente da agricultura, onde os insumos custam caro e a manutenção é permanente, no caso da floresta é só plantar, adubar e esperar as árvores crescerem.

- A pecuária não está dando o lucro que dava. Temos de diversificar e esperar para ver no que dá - diz o filho de Luiz, Sidnei Possatti Campanhola, 29 anos, que também trabalha na propriedade.

Segundo a Emater, desde 2004 outros 37 produtores plantaram 40 hectares de florestas destinadas à indústria na região.
(Diário de Santa Maria, 28/01/06)

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