Apucarana é a primeira cidade paranaense a assinar compromisso pela preservação da Amazônia
2006-01-27
Em solenidade realizada na quarta-feira, dia 25, Apucarana tornou-se o 27° município brasileiro e o primeiro do Paraná a aderir ao programa Cidade Amiga da Amazônia, do Greenpeace. O prefeito Valter Pegorer (PMDB), a representante do Greenpeace, Adriana Imparato, e a representante do Gaia, Joana Yoshida, assinaram o termo “Compromisso pelo Futuro da Floresta” no Salão Nobre da Prefeitura. O objetivo do programa é fazer com que as prefeituras brasileiras implementem leis para evitar o consumo de madeira amazônica proveniente de desmatamentos e extração ilegal nas licitações.
“Apucarana é a primeira cidade paranaense que toma medidas concretas para promover o desenvolvimento sustentável da Amazônia”, comemorou Adriana Imparato, representante do programa Cidade Amiga da Amazônia do Greenpeace. Segundo ela, ao adotar critérios para a compra de madeira nas licitações promovidas pela prefeitura, Apucarana está ajudando a fechar o mercado para quem trabalha com madeira de origem criminosa. “Transformar Apucarana em Cidade Amiga da Amazônia não é um simples compromisso, mas uma medida definitiva que muito nos honra”, afirmou o prefeito.
A indústria madeireira é uma das principais forças de destruição da Amazônia. Cerca de 70% da madeira produzida na região é consumida pelo mercado brasileiro e as prefeituras empregam grande volume em obras públicas e mobiliário. No ano passado, o governo federal divulgou que 26.130 quilômetros quadrados de floresta amazônica foram destruídos entre agosto de 2003 e agosto de 2004, o equivalente a seis campos de futebol desmatados por minuto.
Ao aderirem ao programa do Greenpeace, as prefeituras contribuem de maneira concreta para reduzir a destruição criminosa da floresta. Para tornar-se uma Cidade Amiga da Amazônia, as administrações devem formular leis municipais que exijam quatro critérios básicos em qualquer compra ou contratação de serviço que utilize madeira produzida na Amazônia: proibir o consumo de mogno, uma espécie ameaçada; exigir, como parte dos processos de licitação, provas da origem legal e em Planos de Manejo Florestal da madeira; dar preferência à madeira certificada pelo FSC, um sistema que garante a origem sustentável do produto florestal; e orientar construtores e empreiteiros a substituir madeiras descartáveis utilizadas em tapumes, fôrmas de concreto e andaimes por alternativas reutilizáveis como ferro ou chapas de madeira resinada.
Outros 26 municípios já participam do programa do Greenpeace, entre eles São Paulo (SP), Manaus (AM), as cidades paulistas de Piracicaba, Santos, Guarulhos, Osasco, Americana, Campinas e as gaúchas de São Leopoldo, Santa Maria e Rio Grande, entre outros.
(Greenpeace Brasil, 26/01)