Fralda biodegradável israelense pode resolver problema ambiental
2006-01-27
O impacto ambiental causado pelas fraldas descartáveis tem levado muitos ecologistas a recomendar o uso de similares de pano. Isso porque, para aumentar o poder de absorção, as fraldas descartáveis são impregnadas com um pó sintético derivado de petróleo, feito de ácido acrílico, que é prejudicial à saúde humana e leva mais de 500 anos para se decompor. Ele só pode ser usado em 14 gramas por fralda e deve ser separado do corpo do bebê por uma capa de plástico.
Uma solução para o problema foi apresentada recentemente pela empresa israelense Exotech Bio Solutions, que acaba de desenvolver um polímero 100% biodegradável que pode ser usado tanto para fraldas como para bandagens e curativos. Segundo a empresa, o composto macromolecular (chamado etileno-bis-esteramida – EBS) tem o mesmo poder de absorção do ácido acrílico, mas é mais barato, mais seguro para a saúde e se dissolve totalmente em dois meses. Também não exige alterações no processo de produção das fraldas.
A Exotech já se prepara para comercializar o produto pioneiro, inicialmente em volume de cinco toneladas por mês, suficiente para 70 mil fraldas. Só nos EUA, são vendidas 22 bilhões de fraldas por ano e Israel é um dos principais produtores mundiais de fraldas descartáveis.
De acordo com Arie Axelrad, diretor de marketing da Exotech, o interesse pelo produto é grande pelo mundo. “Há muitos incentivos governamentais para empresas que utilizarem produtos biodegradáveis, ao mesmo tempo em que a opinião pública se posiciona a favor disso”, diz.
A Exotech também investirá na aplicação do EBS em curativos, especialmente os utilizados em ferimentos de queimaduras e úlceras, que liberam líquidos “Curativos para esse tipo de ferimento geralmente precisam ser trocados em poucas horas. Mas o EBS é capaz de absorver esses líquidos e minimizar o problema. Em vez de trocar as bandagens a cada duas horas, os pacientes poderão mantê-las por dois ou três dias”, afirma Axelrad. Existe também a possibilidade de acrescentar aos curativos biodegradáveis compostos como antibióticos e colágeno, que ajudariam no processo de cicatrização. A nova fralda vem sendo testada no Centro Médico Rambam, na cidade israelense de Haifa.
(Informações da assessoria de imprensa do Cembri – Centro de Mídia Brasil-Israel)