Frio mata dezenas na Europa e atrapalha sistema de transporte
2006-01-27
O frio que já matou mais de 50 pessoas na Europa nos últimos dias atrapalhou na quinta-feira o tráfego aéreo, rodoviário e marítimo. A Romênia atribuiu as mortes de 37 pessoas nesta semana ao frio. As vítimas morreram de infarto, hipotermia, consumo excessivo de álcool e problemas respiratórios. Pelo menos nove vítimas eram sem-teto, num fenômeno semelhante ao que já ocorreu na Rússia este ano.
Na Croácia, cinco pessoas, a maioria sem-teto, também morreram de frio nos últimos dois dias, segundo o jornal Vecernji List, que citou fontes policiais.
Tanto a Romênia quanto a Bulgária foram obrigadas a fechar portos no mar Negro por causa do gelo, dos ventos e da agitação das águas.
O frio e a neve atrapalharam as estradas e os vôos na Itália e na Alemanha. O aeroporto de Frankfurt, o mais movimentado da Europa, teve de cancelar cerca de 20 vôos e houve atrasos de até uma hora nos primeiros trajetos da manhã.
Em Stuttgart, um jato Embraer 145 da Swiss, com 40 passageiros a bordo, derrapou na pista ao pousar. Ninguém ficou ferido, mas o aeroporto ficou fechado para aterrissagens por cerca de duas horas.
Fora do aquecimento global
Os cientistas afirmam que o aquecimento global causará temperaturas e fenômenos climáticos mais extremos, com enchentes ou ondas de calor. Mas dizem que eventos específicos como os furacões que atingiram os Estados Unidos e a atual onda de frio na Europa não podem ser atribuídos à alteração climática.
O frio que já atingiu o leste e o norte da Europa segue agora para o sul.
Na Bulgária, oito pessoas morreram nos últimos três dias. As temperaturas chegaram a 20 graus Celsius negativos. Na Sérvia, três pessoas morreram de frio. Em regiões da Bósnia as aulas foram suspensas por uma semana. No nordeste de Montenegro, uma área montanhosa, as temperaturas caíram a até 30 graus negativos.
A neve cobria boa parte do norte da Itália, o que foi uma boa notícia para os organizadores das Olimpíadas de Inverno do mês que vem em Turim, mas má notícia para quem precisa se locomover para ir trabalhar. O governo decretou esta semana que as pessoas reduzam os termostatos de seus sistemas de aquecimento em 1 grau e que usem a calefação por uma hora a menos por dia, para tentar economizar combustível.
(Reuters, 26/01/06)