Biodigestor transforma dejetos de animais em energia
2006-01-26
Com um investimento de aproximadamente R$ 5 mil o pequeno produtor pode eliminar a poluição causada ao meio ambiente por degetos de suínos e bovinos. O projeto intitulado Sistema Integrado de Tratamento de Degetos na Suinocultura está em fase experimental, à proposta é apresentar uma solução para o problema e construir uma fonte geradora de energia dentro da pequena propriedade. A novidade será apresentada por quatro professores e acadêmicos do curso de Engenharia Quimíca da Universidade Estadual de Maringá (UEM) durante o 7º Show Tecnológico Arenito Caiuá nos dias 1 e 2 de fevereiro em Umuarama.
O projeto teve início em agosto do ano passado. No final do ano, professores e alunos construíram o primeiro biodigestor de degetos que começou a operar há cerca de 15 dias na fazenda de experimentos da universidade. A primeira coleta de material para análise acontecerá em meados de fevereiro, o objetivo é analisar o material resultante do processo de biodegestão nos períodos de verão, outono e inverno. “Até agosto concluiremos todas as pesquisas”, afirma o professor Rafael M Soares de Oliveira, um dos envolvidos no projeto.
Segundo o professor, com o biodigestor o produtor transforma o degeto de suínos e bovinos em adubo orgânico, gás metano e reaproveita a água em atividades como irrigação de culturas e limpeza de granjas. “Ao invés de lançar o poluente nos rios ou deixá-lo exposto no solo com risco de contaminar o lençol freático e lavouras como hortaliças entre outras, ele dá outro destino que não causa agressão ao meio ambiente e nem coloca em risco a saúde do homem e ainda consegue reduzir os custos de manejo da propriedade”, explica Rafael.
O projeto é inédito. Apenas grandes produtores e empresas ligadas ao ramo de suinocultura utilizam o biodigestor para o tratamento dos degetos, porém ainda não conseguiram reaprovietar todo o material resultante do processo. “O diferencial é o reaproveitamento da água, o que significa que o meio ambiente não receberá poluentes. Apesar do benefício proporcionado pelo biodigestor não ser dinheiro em espécie as vantagens são tão rentáveis quanto a comercialização de produtos”.
Processo - De acordo com o professor, o processo consiste em levar os degetos até um tanque através de um sistema simples de tubulação. No tanque o material armazenado passa pelo processo de degradação que finaliza com a produção de adubo orgânico, água e gás metano. Através de outra rede de tubos o material orgânico e a água são conduzidos para reservatórios distintos. O gás também é separado para ser utilizado na cozinha ou como qualquer outra fonte de energia. “Nossa meta agora é comprovar as vantagens já enumeradas e buscar alternativas para reduzir ainda mais os custos de construção do biodigestor, uma vez que, o projeto tem como público alvo os pequenos produtores do sistema de Agricultura Familiar”.
(Tribuna do Povo-PR, 25/01)