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2006-01-26
O mundo da energia no Brasil mudou substancialmente nestes últimos anos. Muitas alternativas de contratação e utilização eficiente de energia estão atualmente disponíveis. O desafio é buscar a melhor para cada caso. Trata-se de uma empreitada que requer um olhar generalista para o assunto e uma boa dose de conhecimento de negócios de energia. Do contrário, a tendência é a de simplesmente se prorrogar o contrato de fornecimento de energia em vigor, devido a maior facilidade.

Uma componente em especial, diferencia os tempos antigos dos novos: risco. Para se escolher a melhor alternativa de uma lista, há que se compará-las. Energia é um negócio complexo!

Com as greves na Bolívia no segundo semestre do ano passado, surgiram dúvidas quanto à capacidade de abastecimento de gás natural no Brasil e de seus preços.

O álcool empregado para mover carros no Brasil está mostrando que a volatilidade de seu preço nem sempre o torna mais econômico do que a gasolina.

O conflito entre Rússia e Ucrânia indica que subsídios ao gás natural podem por em risco o abastecimento de longo prazo. É irresistível vender pelo preço de mercado! No Brasil de poucos anos atrás o racionamento foi implantado a despeito de todas as promessas oficiais, alardeadas até poucas semanas antes, de que não ocorreria.

O que se pode esperar para 2006?
Chuvas abundantes, reservatórios cheios e crescimento modesto da economia são fatores que apontam para um cenário de abastecimento tranqüilo, para atender a demanda brasileira prevista para este ano.

Quais as alternativas para este ano?
No menu de opções, são passíveis de consideração:
Mercado Livre - continuará sendo uma excelente alternativa. Deverá oferecer entre 20% e 30% de economia em relação ao contrato cativo;

Projetos de auto-produção local - permitem uma abordagem bastante interessante. Da possibilidade de se ter uma garantia física de suprimento, até uma possível economia de custo se forem prospectadas oportunidades como geração de ponta e produção de energias térmicas e elétricas. Uma boa avaliação deste tipo de investimento permite a identificação de projetos que ofere-çam taxas internas de retorno da ordem de 20% ao ano;

Energias temporárias - devem ser oferecidas pelas próprias concessionárias e resultarão em cerca de 15% a 20% de economia na conta mensal de eletricidade! É uma oportunidade que deve ser aproveitada para 2006. É bem provável que não esteja disponível por mais tempo;

Energias economizadas
- esta é sempre uma opção que merece ser prospectada. Geralmente é possível identificar investimentos que apresentam grande atratividade. A redução de desperdícios através de ações do tipo low-cost or no-cost é a campeã, mas existem muitas soluções interessantes especialmente associadas a motores elétricos, iluminação, aquecimento e refrigeração;

Mercado cativo - curiosamente, o mais popular no Brasil, mas nem por isto o mais econômico. A atração está no fato de não requerer postura proativa. A prorrogação do contrato, ano a ano, é automática. Porém, é uma das energias mais caras da lista!

Energia inexistente- esta é a mais cara de todas. As empresas que não fizerem opções bem avaliadas de contratação correm o risco de ficar sem!

A escolha da alternativa dependerá da cultura de cada empresa ou instituição, do perfil de seus executivos, do prazo com que tomam decisões e da forma como os riscos envolvidos são avaliados.

Seja como for, importante é ter o máximo controle possível da situação. Ou então é bem provável que você tenha que pagar mais caro.
(Rafael Herzberg, diretor da Interact Ltda Consultoria em Energia, GM, 25/01)

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