Técnicos de Brasília fiscalizam obras no Estado
2006-01-26
Técnicos de Brasília estão sendo chamados para vistoriar as licenças e a
construção das hidrelétricas Castro Alves - entre Nova Pádua e Nova Roma do
Sul - e 14 de Julho - entre Bento Gonçalves e Cotiporã. A decisão partiu do
procurador da República Alexandre Schneider após uma audiência com
ambientalistas, representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e
moradores do Vale do Rio das Antas, ocorrida segunda-feira em Bento.
Participantes da reunião denunciam que as obras estariam causando problemas
à comunidade. Conforme o procurador, empreendimentos
como esses geram impacto ambiental e devem ser constantemente avaliados. Por
isso, uma equipe multidisciplinar da Procuradoria-Geral da República,
composta por biólogos, geógrafos e engenheiros florestais, vai conferir as
denúncias e a relação custo/benefício das hidrelétricas.
A partir da conclusão do trabalho dos técnicos, Schneider decidirá que
medidas o Ministério Público Federal tomará. Há a possibilidade de ação
judicial contra a Companhia Energética Rio das Antas (Ceran), responsável
pelas obras. Segundo o ambientalista Jorge Luiz Acco, da Associação
Rio-grandense de Proteção Animal (Arpa), os moradores da região onde estão
sendo erguidas as hidrelétricas procuraram ajuda da entidade. Os
ambientalistas ficaram de encaminhar à Procuradoria-Geral da República fotos
e documentos que comprovariam as denúncias.
De acordo com Acco, a companhia começou as obras sem o devido licenciamento
e, quando o conseguiu, não teria tomado os cuidados necessários para
realizar os trabalhos. Representante dos moradores, o economista Antônio
Frizzo afirma que a Ceran sabe que detonações de rochas estão oferecendo
riscos. Inclusive, segundo Frizzo, a companhia vem pagando o aluguel de
casas desocupadas na região do rio que nesta época do ano seriam ocupadas
por veranistas.
(Pioneiro, 25/01)